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Dívida externa líquida cai para 76,8% do PIB no 1.º semestre, o valor mais baixo desde 2008

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A dívida externa líquida portuguesa recuou para 76,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre, o valor mais baixo desde o final de 2008, somando 170.000 milhões de euros, anunciou hoje o BdP.

Resultante da Posição de Investimento Internacional (PII) do país, excluindo os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, "reduziu-se de 81,0% do PIB no final de 2021 (171.100 milhões de euros) para 76,8% (170.000 milhões de euros) no final de junho de 2022", referiu o Banco de Portugal (BdP).

Segundo a entidade, trata-se do rácio mais baixo observado desde o final de 2008.

Em junho, a PPI, isto é, o saldo entre os ativos financeiros sobre o exterior detidos por residentes e os passivos emitidos por residentes e detidos pelo resto do mundo, passou de -96,1% do PIB (-203.100 milhões de euros) no final de 2021 para -93,1% do PIB (-206.100 milhões de euros) no final de junho de 2022.

"O contraste entre a evolução da PII, em termos nominais e em percentagem do PIB, deveu-se ao crescimento da economia nacional", apontou o BdP.

A variação nominal da PII deveu-se, sobretudo, ao contributo negativo da desvalorização dos títulos de dívida emitidos por não residentes e detidos pelo setor financeiro português, à desvalorização de títulos de dívida pública portuguesa detidos por não residentes, ao contributo negativo das transações financeiras (-2.200 milhões de euros), das variações cambiais positivas dos ativos externos detidos por residentes, sobretudo expressos em dólares americanos e kwanzas de Angola (3.800 milhões de euros).

Da redução de 3,1 pontos percentuais (pp) no rácio negativo da PII no PIB, -1,3 pp resultaram da variação nominal da PII e 4,4 pp do crescimento do PIB, apontou o BdP.

As estatísticas da posição de investimento internacional serão atualizadas pelo BdP em 18 de novembro.