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Criar (o) futuro (X)

Agosto. O mês da cidade do Funchal. Em 1508, D. Manuel I assinou uma Carta Régia que elevou a vila do Funchal ao estatuto de cidade. 514 anos de História e estórias.

São mais de 5 séculos que transformaram o Funchal na cidade atual, uma cidade cosmopolita, e que volta a vibrar de modernidade e juventude, assumindo-se como centro nevrálgico da nossa Ilha da Madeira.

Falando de juventude, e neste mês em que se comemora o Dia Internacional da Juventude, é importante que se valorize esta franja da população, tão necessária como garantia do futuro. E se há orgulho na capacidade de inovação, empreendedorismo, criatividade e alegria dos jovens, há perigos que comprometem os planos e sonhos de muitos. Há que dar ferramentas para que o consumo de álcool e de drogas, a violência e os comportamentos de risco deixem de ser uma realidade. Nunca é demais sensibilizar, dar alternativas de ocupação dos tempos livres, formação e educação, para que haja um desvio desses caminhos destrutivos.

A Sociohabitafunchal, E.M. (SHF), empresa municipal de habitação da Câmara Municipal do Funchal, no âmbito da sua ação social, procura desenvolver projetos que capacitem os jovens para enfrentar os muitos desafios atuais, com uma resposta informada e protegida, abarcando vários temas que podem ser uma das chaves para um percurso de vida trilhado com sucesso e sem sucumbir aos perigos com que se deparam no seu dia a dia, seja estudantil, familiar, ou na própria comunidade.

Educar e formar os jovens passa por lhes dar competências em várias áreas, e porque o dia 26 deste mês é o Dia Internacional da Igualdade Feminina, dia em que se comemoram as conquistas das mulheres, ao longo da história, na luta pela igualdade entre géneros, destaco um dos muitos projetos desenvolvidos nessa área nos centros comunitários geridos pela SHF. No caso, o projeto “Quebrar Correntes”, implementado no Centro Comunitário do Palheiro Ferreiro, sob a coordenação da técnica Andreia Jesus. A abordagem e dinamização de atividades direcionadas para a igualdade de género acontecem com frequência, muitas vezes em articulação com outras entidades, nomeadamente a Associação para o Planeamento Familiar, a União de Mulheres Alternativa e Resposta e a Womaniza-te, de forma a preparar as crianças e jovens para serem agentes de mudança em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.

Neste mês, a 15, todos os caminhos foram dar à freguesia do Monte, onde se realiza a Festa de Nossa Senhora do Monte, Padroeira da Madeira, a principal festa de devoção popular na Região. Num tempo caraterizado por turbulências e pautado por incertezas, a fé ajuda quem acredita a vislumbrar e a agradecer as conquistas que foram alcançadas.

E por falar em conquistas e vitórias, o futuro prepara-se no hoje, no agora, não esquecendo a frase de Abraham Lincoln: “uma casa dividida contra si própria não se mantém de pé”.

O futuro cria-se com trabalho, dedicação, persistência e união, sabendo que o cidadão tem de assumir o protagonismo e o lugar central das políticas sociais e económicas. Os pilares estratégicos que desenham o futuro que se quer alcançar tem de colocar sempre a tónica na resposta às necessidades da população, sobretudo da que apresenta maior vulnerabilidade, pois o desenvolvimento inclusivo só se concretiza se ninguém ficar para trás. Há novos e velhos desafios presentes no dia a dia da cidade do Funchal e da Região. Vamos ultrapassá-los, seguramente, se nunca perdermos o foco no que realmente importa: as pessoas!

E permitam-me acabar este artigo referindo a pessoa mais importante da minha vida, para dar os parabéns à minha filha Matilde, que faz este mês 15 anos. Porque o futuro que almejo também é feito de afetos.