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Biden assina lei que expande apoio na saúde a veteranos expostos a fumo tóxico

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Foto EPA

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou esta quarta-feira uma lei que expande os serviços federais de saúde para milhões de veteranos que serviram em bases militares junto a grandes fossas de combustão com fumo tóxico.

Esta lei é também uma vitória pessoal para o chefe de Estado norte-americano, que perdeu o filho mais velho, Beau Biden, vítima de cancro anos depois de ter servido no Iraque.

"Estamos em dívida para com vocês. Vocês são a espinha dorsal, o aço, o tendão, a própria fibra que faz deste país o que é hoje", sublinhou, dirigindo-se a veteranos norte-americanos.

Para Joe Biden, esta lei chega com atraso e encerra uma batalha de anos para garantir o tratamento de doenças crónicas que os veteranos atribuem aos poços de combustão, usados para descartar produtos químicos, pneus, plásticos, equipamentos médicos ou dejetos humanos em bases militares.

As estimativas apontam para três milhões, ou mais, de militares afetados.

"Muitos de vocês aqui hoje lembram-nos que lutamos por isto há tantos anos", vincou, numa cerimónia emocionante que decorreu na Casa Branca, refletindo a luta das famílias dos militares, incluindo a experiência pessoal do democrata.

A introdução da cerimónia foi realizada por Danielle Robinson, viúva do sargento de 1.ª Classe Heath Robinson, que morreu de cancro há dois anos.

"A nossa é apenas uma história. Tantas famílias de militares tiveram que travar esta terrível batalha emocional. Muitos veteranos ainda estão a lutar atualmente contra doenças provocadas pelas fossas", lembrou.

Biden dirigiu-se diretamente à filha do casal, Birelle, referindo que o pai estava "sempre presente" e acrescentando que esta estava sentada ao lado do seu neto, filho de Beau Biden.

"O pai dele perdeu para os mesmos poços de combustão", referiu ainda, naquela que foi a referência mais direta do Presidente norte-americano à ligação entre o cancro cerebral do filho e aquelas fossas.

O senador democrata Jon Tester, que preside ao comité do Senado para assuntos dos veteranos, salientou que Biden foi a força motriz responsável pela lei, aprovada na semana passada.

Poços de combustão foram utilizados no Iraque e no Afeganistão. No entanto, 70% dos pedidos de invalidez envolvendo exposição aos poços foram negados pelo Departamento de Assuntos de Veteranos.

A legislação direcionará as autoridades a assumir que certas doenças respiratórias e cancros estão relacionados com a exposição aos poços, ajudando os veteranos a receber subsídios por invalidez sem ter que provar que a doença foi resultado do seu serviço militar.

Apesar do destaque dado aos casos relacionados com as fossas de combustão, outras situações também passam a ser contempladas pelos serviços de saúde.

Veteranos que serviram desde os ataques de 11 de setembro terão uma década para se inscrever no sistema de saúde, o dobro dos atuais cinco anos.

Haverá ainda mais ajuda para veteranos da guerra do Vietname, visto que a lei adiciona a hipertensão à lista de doenças que se presume serem causadas pela exposição ao 'agente laranja', um herbicida usado pelos militares dos EUA para limpar a vegetação.

Além disso, veteranos que serviram durante a guerra na Tailândia, Camboja, Laos, Guam, Samoa Americana e Atol Johnston também serão considerados expostos ao produto químico.

A legislação é considerada a maior expansão dos cuidados de saúde de veteranos em mais de três décadas, apesar de ter gerado um 'jogo político' improvável antes de ser aprovada, com os republicanos a 'congelarem' a viabilização, questionando mudanças técnicas na forma de financiamento.

Os veteranos presentes que esperavam festejar a aprovação, em vez de regressarem a casa, realizaram uma vigília do lado de fora do Capitólio, iniciativa improvisada para manter pressão pública sobre o Senado.

Dias depois, uma nova votação teve aprovação bipartidária esmagadora.