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Marcelo espera "salto político, económico e diplomático" nas relações com Nigéria

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Foto EPA/MIGUEL A. LOPES

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a "visita histórica" do seu homólogo nigeriano a Portugal "representa um momento único para um salto político, social, económico, financeiro e diplomático" nas relações bilaterais.

Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado o Presidente da República da Nigéria, Muhammadu Buhari, que hoje recebeu no início da sua visita de Estado a Portugal.

"Temos uma cooperação política que vai ser enriquecida com o memorando a assinar por vossa excelência e o primeiro-ministro português. Temos uma cooperação diplomática a reforçar com o memorando entre vossa excelência e o primeiro-ministro", disse o chefe de Estado português.

Portugal e a Nigéria vão também reforçar a sua cooperação económica com "memorandos de entendimento entre as agências de promoção do investimento do comércio e do turismo dos dois países", adiantou Marcelo Rebelo de Sousa.

"Há um momento particularmente feliz de relacionamento económico entre os dois países e por isso a vinda de vossa excelência a Portugal representa um momento único para um salto político, social, económico, financeiro e diplomático nas relações fraternais entre os dois países", concluiu.

Os dois presidentes fizeram declarações perante a comunicação social, após as quais não houve direito a perguntas por parte dos jornalistas, e seguiram para um Fórum Económico Portugal-Nigéria no Centro de Congressos de Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "as empresas portuguesas têm tomado posições cada vez mais significativas" na Nigéria que, assinalou, "é a maior economia africana e é porventura o país africano com o crescimento populacional mais intenso".

Segundo o chefe de Estado português, Portugal e a Nigéria partilham "as mesmas posições internacionais", têm mantido relações bilaterais políticas e no plano da defesa "muito estáveis" e estão juntos "na luta contra o terrorismo".

"Acreditamos no multilateralismo, acreditamos nas Nações Unidas, acreditamos nas organizações internacionais que promovem a paz, acreditamos no diálogo e na tolerância", afirmou.

O Presidente da República destacou a importância da Nigéria na União Africana e o papel de Portugal na União Europeia.

"Além dessa convergência internacional, temos uma outra convergência na luta contra o terrorismo e na estabilização, por exemplo, no Golfo da Guiné, onde estão forças armadas portuguesas, ou na garantia da segurança contra a piratearia, contra tráfico de seres humanas, contra o narcotráfico", apontou.

No plano económico, realçou que "a comunidade portuguesa tem crescido na Nigéria, as empresas portuguesas têm tomado posições cada vez mais significativas, nas infraestruturas, nas obras públicas, mas também entrando no domínio das energias renováveis, do fornecimento de água, do digital, das 'startups', da indústria farmacêutica, das tecnológicas, do turismo, na agroindústria, no setor agroalimentar".

No início da sua intervenção, feita em português, Marcelo Rebelo de Sousa, que há dois dias recebeu também em visita de Estado o seu homólogo queniano, mencionou por lapso o Quénia, logo corrigindo para Nigéria.

"É para nós uma grande, grande honra receber aqui pela primeira vez, e por isso é uma visita histórica, um Presidente nigeriano", declarou, lamentando que esta visita "esperada durante muitos anos" não se tenha realizado mais cedo devido à pandemia de covid-19.

"Mas aqui estamos para reafirmar laços que têm uma pré-história antiga, têm uma história já rica de 47 anos de relações diplomáticas, e têm uma cooperação política, militar, diplomática, económica e social que tem vindo a aumentar largamente nos últimos anos", acrescentou o chefe de Estado português.