A Guerra Mundo

Milícias russófonas e forças de Kiev trocam 144 prisioneiros de guerra de cada lado

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As milícias russófonas da região de Donetsk trocaram hoje 144 prisioneiros de guerra ucranianos por um número semelhante de combatentes separatistas, na maior troca do género efetuada desde o início da campanha militar russa na Ucrânia.

"Hoje regressaram a casa 144 combatentes da República Popular de Donetsk e da Rússia, que foram feitos prisioneiros pelo inimigo", anunciou Denis Pushilin, o líder separatista da autoproclamada entidade, através da sua conta no Telegram.

De acordo com o dirigente russófono do leste da Ucrânia, as milícias entregaram à parte ucraniana a mesmo quantidade de prisioneiros, "na sua maioria feridos" e alguns deles são "dos batalhões nacionalistas".

"O seu estado é lamentável; feridas graves, amputações nas extremidades e outras complicações", reivindicou a mesma fonte.

Pushilin assinalou que o principal objetivo da troca "consiste na salvação dos combatentes que participaram na operação especial de libertação" do Donbass.

Por sua vez, os serviços secretos militares ucranianos (GUR) definiram esta troca como "a maior desde o começo da invasão russa em larga escala", segundo a agência noticiosa UNIAN.

"Entre os 144 libertados havia 95 defensores de Azovstal. Entre eles, 43 soldados do regimento Azov", precisou.

Segundo o GUR, entre os ucranianos incluídos nesta operação estão 23 oficiais e 63 militares com o posto de sargento a cabo, com idades entre os 19 e os 65 anos.

"A maioria dos ucranianos libertados tem feridas graves: feridas de bala e de projéteis, feridas por explosões, queimaduras, fraturas, amputações de extremidades. Todos eles receberam assistência média e psicológica de emergência adequada", referiu o GUR.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 126.º dia, provocou um número ainda por contabilizar de vítimas.

A ONU confirmou a morte de mais de 4.600 civis, mas tem alertado que o balanço real será consideravelmente superior por não ter acesso a muitas zonas do país.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.