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Hoje é dia de eleições em França e a maioria absoluta de Emmanuel Macron pode estar em risco

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Os eleitores franceses são chamados às urnas para votar na segunda volta das legislativas, após a coligação presidencial e a esquerda terem registado um empate técnico na primeira volta, há uma semana.

As urnas vão estar abertas das 08:00 (07:00 de Lisboa) às 20:00 (19:00 em Lisboa) nas grandes cidades, fechando duas horas mais cedo nas áreas rurais.

Estas eleições vão definir a composição da Assembleia Nacional francesa, depois de, nas últimas legislativas, em 2017, o partido de Emmanuel Macron, 'La République en Marche', ter obtido uma maioria absoluta confortável, com 351 deputados num total de 577.

Desta vez, os cálculos parecem mais complicados para Macron. Depois de ter ganho as eleições presidenciais em abril, com 58,55% dos votos na segunda volta, o Presidente francês enfrenta agora uma esquerda unida, que formou a coligação Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES).

Apesar de nenhuma sondagem dar à NUPES a possibilidade de obter uma maioria, a sua progressão pode ditar o fim da maioria absoluta de Macron, o que o obrigaria a negociar com outros partidos para conseguir aprovar leis.

Uma das últimas sondagens, publicada na sexta-feira pelo instituto Ipsos Steria para a France Télévisions, estima que a coligação presidencial deve obter entre 265 e 305 deputados -- são necessários 289 para obter a maioria absoluta --, a NUPES entre 140 e 180, seguida do partido de centro-direita Republicanos, entre 60 e 80, e a União Nacional, de Marine Le Pen, com entre 20 e 50 deputados.

Na primeira volta, há uma semana, a coligação Juntos! (Ensemble!, em francês), que apoia Macron, ficou ligeiramente à frente da NUPES, com cerca de 20 mil votos de diferença. A União Nacional ficou em terceiro lugar, com 18,68% dos votos, seguida dos Republicanos, com 10,42%.

Na segunda volta destas legislativas -- que funcionam com base num sistema uninominal de duas voltas --, a coligação presidencial vai enfrentar candidatos da NUPES em 270 círculos eleitorais, e candidatos da União Nacional noutros 108.

A NUPES enfrenta ainda a União Nacional em 62 círculos eleitorais. Já os Republicanos concorrem contra a União Nacional em 25 círculos eleitorais, em 24 contra a NUPES e em 18 contra a coligação presidencial.

Na primeira volta, foram eleitos cinco deputados -- quatro da NUPES e um da coligação Juntos! -- por terem obtido mais 50% e o voto de pelo menos 12,5% dos cidadãos recenseados nos cadernos eleitorais.