O secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, assumiu, esta manhã, que a pandemia teve reflexos na saúde mental da população, sendo que uma das manifestações foi o aumento do número de casos de maus tratos na família, o que obrigou a um reforço das consultas no SESARAM.

"O isolamento durante a pandemia pode ter provocado o aumento do número de situações [de maus tratos], não só na área infantil mas também na área da violência doméstica entre os casais. São factos que têm vindo a ser referidos. Tem vindo a ser visto o impacto da pandemia no âmbito da saúde mental", disse o governante, na sessão de abertura do IV Encontro do Serviço Social da Saúde, que o SESARAM organiza hoje e amanhã no Centro de Estudos de História do Atlântico.

Face ao incremento destes problemas, Pedro Ramos explicou que o SESARAM tem "procurado dar uma resposta através da prestação de serviço nas áreas da psiquiatria, pedopsiquiatria e psicologia". "Estas três áreas foram áreas que, durante 2020 e 2021, até assistimos ao aumento do número de consultas dentro destas especialidades", completou.

O secretário recusou a ideia de que, nos meses mais graves da pandemia, tenha havido o abandono dos doentes nas suas casas. "Tudo o que foi caso urgente e caso emergente foi tudo tratado. Os doentes urgentes, emergentes, dialisados, oncológicos, transplantados tiveram acesso [aos serviços de saúde], porque era nossa obrigação", descreveu Pedro Ramos, que entende que o recurso às consultas de telemedicina permitiu dar seguimento às situações.

De resto, o Serviço Social do SESARAM, dirigido por Márcia Assunção, mereceu elogios do governante, já que desde 2010 tem "procurado dar a melhor resposta" a situações que envolvem direitos das crianças e jovens, violência doméstica, a problemática do envelhecimento e da natalidade.