Deixem o Funchal em paz

Para que os arautos da ampliação do cais da Pontinha não fiquem a falar sozinhos, há que levantar a voz e dizer: Essa obra que está na mente de algumas criaturas, é uma das maiores asneiras que se estão a desenhar no futuro próximo para a ilha da Madeira. É um atentado paisagístico encerrar a baía do Funchal que ainda mantém a sua relação com oceano, ao contrário de, por exemplo, Sta Cruz de Tenerife que, à frente da sua marginal, colocou um porto com um molhe semelhante ao que querem agora colocar no Funchal. É insustentável financeiramente gastar 150 milhões de euros dos cofres públicos para acostar mais um ou dois navios alguns dias por ano.

Já conhecemos de ginjeira as razões que levam à execução de algumas destas obras. Neste caso a razão não são os metros lineares de cais de acostagem, mas os metros cúbicos de betão que são necessários despejar ali para ampliar o molhe.

Por isso lanço daqui um pedido. Se houver mesmo necessidade de despejar betão nalgum sítio, não o façam à frente desta bela cidade. Arranjem uma cratera qualquer ali para o Curral das Freiras e deitem para lá o betão que a gente paga na mesma. Até nos endividamos mais. Mas pelo menos não destroem mais aquilo que vocês não sabem apreciar.

Luís Vilhena