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Países do G7 expressam "grande preocupação" com eleição de novo líder de Hong Kong

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Foto:REUTERS

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 expressaram hoje a sua "grande preocupação" com a nomeação do novo líder de Hong Kong, o antigo chefe da polícia John Lee, próximo de Pequim.

O grupo das nações industrializadas, ao qual pertencem Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Japão e Alemanha [que altuamente preside a organização], classificou a eleição de Lee como um "ataque contínuo contra o pluralismo político e as liberdades fundamentais".

O atual processo de nomeação "mina ainda mais as oportunidades dos habitantes de Hong Kong de serem legitimamente representados", denunciaram os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7.

O chefe do Governo em Hong Kong não é eleito por voto popular, mas por uma comissão eleitoral que este ano não chega a integrar 1.500 membros, todos eles leais a Pequim.

Os responsáveis do G7 também descreveram esta manobra como uma "corrosão contínua dos direitos políticos e civis e da autonomia de Hong Kong".

Os responsáveis do G7 instaram a China a agir de acordo com a declaração sino-britânica e o restante das suas obrigações legais.

"Pedimos fortemente ao novo chefe do executivo que respeite os direitos protegidos e as liberdades ancorados na Constituição de Hong Kong e cuide para que a justiça defenda o Estado de Direito", referiram o responsáveis.

O Presidente chinês, Xi Jinping, promulgou em 30 de março de 2021 a reforma do sistema eleitoral em Hong Kong, uma alteração que conduziu à marginalização da oposição no território.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, defendeu hoje que a nomeação de John Lee como líder do executivo de Hong Kong "viola os princípios democráticos e o pluralismo político".

Por outro lado, várias empresas locais e outras multinacionais ocidentais publicaram hoje anúncios na imprensa de Hong Kong para felicitar John Lee pela eleição.

Os jornais Ta Kung Pao e Wen Wei Po, pró-Pequim, continham hoje anúncios de felicitações de empresários locais e grandes corporações. A maioria desses anúncios era de empresas chinesas e de Hong Kong, além de associações locais.

Entre os vários grupos ocidentais felicitaram o novo líder estão as quatro gigantes da gestão empresarial KPMG, Deloitte, EY e PwC.

Antigo chefe da polícia e ex-número dois do Governo, o único candidato a líder de Hong Kong, John Lee, foi eleito domingo com a 'bênção' de Pequim, que recompensa o seu esforço na repressão dos protestos pró-democracia.

O candidato Lee Ka-chiu John, "obteve 1.416 votos", sendo eleito chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, indicaram as autoridades eleitorais, num comunicado publicado no portal das eleições, no domingo.

Secretário para a Segurança no executivo da chefe do executivo cessante, Carrie Lam, Lee supervisionou as operações policiais para pôr fim aos protestos antigovernamentais que abalaram a cidade em 2019.

Em 2020, Pequim impôs uma lei da segurança nacional que abafou qualquer dissidência, bem como uma reforma do sistema político para garantir que apenas "candidatos patriotas", leais ao Governo chinês, governem a região semiautónoma chinesa.

John Lee herda uma cidade e a terceira praça financeira mundial praticamente isolada do mundo devido às medidas restritivas de controlo da covid-19.