Mundo

Burkina Faso mantém esperanças de resgatar oito mineiros presos desde 16 de Abril

None

Mais de dois milhões de litros de água foram retirados no sábado das galerias da mina de zinco de Perkoa, centro do Burkina Faso, onde oito trabalhadores estão presos desde 16 de Abril, segundo a administração da mina.

"O dispositivo de ventilação na sala onde os trabalhadores poderão estar ainda está a funcionar normalmente", anunciou o diretor da mina, Hein Frein, citado pela imprensa local.

Frein reconheceu, porém, que é "difícil" conhecer o atual estado dos trabalhadores, assim como em que galeria se encontram.

Os mineiros ficaram presos depois de chuvas torrenciais na região em 16 de Abril.

Desde então, as autoridades burquinabês, em colaboração com a administração da mina de zinco, que é propriedade de uma empresa com sede no Canadá - Trevali Mining Corp (TV.TO) - têm vindo a desenvolver esforços para resgatar os mineiros.

A equipa de resgate acredita que os oito trabalhadores possam estar num túnel a cerca de 580 metros de profundidade, mas após semanas de trabalho o nível da água ainda se mantém a cerca de 550 metros.

Na semana passada, as máquinas de bombeamento de água a diesel começaram a ser substituídas por máquinas elétricas, com capacidade mais robusta de extração de água da mina.

Segundo as autoridades burquinabês, estes avanços justificaram esperanças de que possa estar para breve o acesso aos trabalhadores.

"Todos os esforços são necessários", afirmou este domingo o ministro burquinabê para o setor mineiro, Jean Alphonse Some, que anunciou ainda a chegada nos próximos dias de mais bombas de água, provenientes da África do Sul.

As autoridades do país enviaram uma lista dos materiais e recursos humanos necessários nas operações de salvamento aos seus parceiros internacionais.

O Governo de Ouagadougou também lançou um inquérito no passado dia 1 de maio para esclarecer os pormenores do incidente e proibiu a administração da mina de saírem do país como medida cautelar.

O Burkina Faso é governado por uma junta militar desde um golpe de Estado em 24 de janeiro último, que depôs o então presidente, Roch Marc Kaboré, que acabou por se demitir.