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Hoteleiros criticam aprovação de taxa turística nos Açores e dizem que "penaliza" sector

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A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) lamentou hoje a aprovação da taxa turística nos Açores, considerando que a decisão "penaliza a hotelaria, é inoportuna e não acrescenta qualquer valor ao destino".

"A AHP é contra a criação de taxas que agravem o preço pago pelos turistas nas suas deslocações a Portugal, seja no continente ou nas regiões autónomas, e que não tragam benefício para o próprio turista e para o destino", refere a AHP em comunicado hoje divulgado.

No documento, a AHP acrescenta que "já se tinha pronunciado contra" a medida em sede de auscultação prévia, sublinhando que vincou "o total desfasamento com a realidade que se viveu nos últimos dois anos e com a necessidade de recuperação do destino Açores e das empresas hoteleiras".

A associação criticou ainda que a iniciativa "tenha sido centralizada, quando a decisão deverá caber a cada município", apontando para as "assimetrias existentes e realidade própria de cada município, pelo que aplicar uma taxa uniforme a toda a região não faz sentido".

A criação de uma taxa turística nos Açores foi aprovada no parlamento regional em 21 de abril com 28 votos a favor, do deputado do PAN, autor da versão inicial do documento, do PS, BE e deputado independente.

Votaram contra a cobrança de um euro diário até ao máximo de quatro euros, a partir de 2023, o deputado da Iniciativa Liberal (IL), o deputado do Chega e as bancadas dos partidos do Governo (PSD/CDS-PP/PPM), que somam 27 parlamentares.

A proposta foi aprovada com alterações apresentadas por outras bancadas, nomeadamente do PS e do deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega).

Para o presidente da AHP, Bernardo Trindade, a iniciativa é "totalmente inoportuna".

"Acabámos de sair de uma pandemia, onde a região dos Açores foi severamente afetada, as quebras na hotelaria foram enormes, pelo que aplicar uma taxa num momento como este é um erro. Assistimos, agora, à retoma da atividade turística com grandes incógnitas sobre o comportamento da aviação e grande concorrência entre destinos, pelo que esta decisão vai fragilizar, e muito, a RAA [região autónoma dos Açores]", acrescenta, citado em comunicado.