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Militantes votam no sábado na 11.ª eleição direta para escolher 19.º presidente do PSD

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Cerca de 44.500 militantes do PSD vão eleger no sábado o 19.º presidente do partido, naquela que será a 11.ª eleição direta, método de escolha das lideranças que vigora entre os sociais-democratas desde 2006.

Concorrem à presidência do PSD o antigo líder parlamentar Luís Montenegro - um 'repetente' que já foi a votos em 2020 - e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva, que se estreia nestas disputas.

Rui Rio, presidente do PSD desde 2018, em mandatos renovados em 2020 contra Montenegro e em 2021 contra o eurodeputado Paulo Rangel, não se recandidata nestas eleições que foram antecipadas pela direção devido à derrota nas legislativas de janeiro, já que o seu mandato só terminaria em dezembro de 2023.

Desde que foram introduzidas as diretas no PSD, em 2006, apenas um presidente em exercício se recandidatou e perdeu - Marques Mendes -, e dois recandidataram-se e ganharam, Pedro Passos Coelho e Rui Rio.

Os restantes líderes no PSD desde 2006, Luís Filipe Menezes e Manuela Ferreira Leite, saíram pelo próprio pé, o primeiro antes de completar o mandato.

A vitória de Rui Rio sobre o eurodeputado Paulo Rangel, em 27 de novembro do ano passado, foi a mais curta de sempre em eleições diretas no PSD: apenas 1.746 votos separaram os dois candidatos, ainda menos do que a distância entre Rio e Montenegro em 2020 (2.071).

Das dez eleições diretas já disputadas no PSD, em quatro apenas houve um candidato a líder, caso da primeira que consagrou Marques Mendes por este novo método e das três reeleições do anterior presidente, Pedro Passos Coelho.

Esta será a quarta vez que as diretas vão ser disputadas entre dois candidatos (nas restantes foram três ou mais): em 2007, entre Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, que o segundo venceu com uma diferença de dez pontos percentuais; em 2018, entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes, que o atual presidente do PSD venceu com uma diferença de oito pontos; em novembro de 2021, entre Rio e Paulo Rangel, com menos de 5 pontos percentuais a separá-los.

Foi nas diretas de 2010, disputadas entre Passos Coelho, Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros, que a diferença entre o primeiro e segundo candidatos foi maior, quase 27 pontos percentuais, com o antigo primeiro-ministro a recolher mais de 61% dos votos e o eurodeputado 34,4%.

De acordo com o site do PSD são 44.407 (num número que vai tendo ainda pequenas variações diárias devido a reclamações) os militantes que podem votar nas diretas para escolher o próximo presidente, um universo eleitoral inferior à das últimas eleições internas, quando 46.664 militantes tinham as quotas em dia, dos quais votaram 36.476 (uma participação de cerca de 78%).

Se em 2020 - quando foi introduzido um novo regulamento, que apenas permite o voto a quem tem quotas válidas no mês da eleição - o universo de votantes foi dos mais baixos de sempre, rondando os 40.000, a participação em percentagem foi a mais alta de todas as diretas, ultrapassando os 80% na segunda volta.

Em números absolutos, o recorde de eleitores (78.094) e de votantes (51.748) registou-se em 2010, com quatro candidatos à liderança: Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros.