A Guerra País

Depois da notícia sobre Setúbal chegou à Presidência confirmação dessa informação

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O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que, depois da notícia sobre o envolvimento de russos no acolhimento de refugiados ucranianos em Setúbal, chegou à Presidência da República a confirmação dessa informação.

"Mandei ver o que é que havia de informação sobre existência ou não de intervenção de terceiros em matéria de associações ou de acolhimento de refugiados, não encontrámos nada. Mandei ver o que havia sobre Setúbal especificamente, encontrámos uma referência posterior à publicação na comunicação social, foi tudo o que encontrámos", declarou o Presidente da República aos jornalistas, num hotel de Lisboa.

"Depois de a comunicação social ter falado na questão de Setúbal, nós tivemos conhecimento, confirmação -- confirmação -- daquilo de que a comunicação social falava", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava à saída de um fórum económico luso-luxemburguês.

Antes de chegar a este fórum, o chefe de Estado fez divulgar uma nota na qual se lê: "Sobre a situação de Setúbal, a Presidência da República não dispunha de informação específica sobre intervenções estrangeiras em associações ou estruturas de acolhimento a refugiados, as informações são posteriores à divulgação na comunicação social".

Interrogado se fez divulgar esta nota escrita por o primeiro-ministro ter referido que também o Presidente da República recebe relatórios dos serviços de informações, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não".

"Porque vi num órgão de comunicação social que se dizia que a Presidência da República teria tido conhecimento da existência de intervenções específicas de Estados terceiros na matéria de acolhimento de refugiados, em associações que acolhem refugiados. E porque vi referências a que a Presidência da República teria tido conhecimento antecipado do caso de Setúbal. Não tivemos", justificou.

Sem nunca nomear a Federação Russa nem se referir ao envolvimento de russos no caso de Setúbal, o Presidente da República disse que quis ter a certeza de que "nenhuma informação" tinha chegado à Presidência da República sobre a existência de atuações, influências de Estados terceiros em associações ou entidades de acolhimento a refugiados" em Portugal, e apurou-se que "não chegou nada".

"Sobre Setúbal, porque eu não tinha conhecimento, mandei apurar: será que chegou alguma coisa sobre Setúbal? E disseram: chegou, depois de a comunicação social ter dito que realmente havia aquela notícia sobre Setúbal, chegou no fundo uma realidade idêntica àquilo que foi noticiado na comunicação social", reiterou.

Questionado se esta informação lhe chegou dos serviços de informações ou de organizações ucranianas, retorquiu apenas: "Provavelmente chegou por várias fontes. A primeira foi a comunicação social, ficamos a dever à comunicação social isso, uma vez mais, e depois provavelmente de outras fontes chegou a confirmação daquilo que a comunicação social [noticiou]".

Em 29 de abril, o jornal Expresso noticiou que refugiados ucranianos foram recebidos em Setúbal por russos ligados ao regime de Vladimir Putin.