A Guerra Mundo

EUA afirmam não registar níveis elevados de radiação em central nuclear

Foto EPA/Chris Kleponis
Foto EPA/Chris Kleponis

Os Estados Unidos disseram que a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia não tem "níveis elevados de radiação", depois de um incêndio causado por um bombardeamento das tropas russas.

"Não temos visto níveis elevados de radiação perto da central. Os reatores da central estão protegidos por estruturas de contenção robustas e foram encerrados em segurança", disse a secretária da Energia norte-americana, Jennifer Granholm, numa mensagem na rede social Twitter.

Contudo, a responsável considerou as operações militares russas perto da central, considerada a maior da Europa, "são imprudentes".

Os Presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia pediram, em conjunto, à Rússia "que ponha fim às atividades militares" na zona da central e permita o acesso dos serviços de emergência ao local".

Joe Biden e Volodymyr Zelensky falaram depois de ter deflagrado um incêndio na central nuclear, na sequência de um bombardeamento russo, de acordo com um comunicado da Casa Branca.

As autoridades ucranianas já garantiram que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.

Zelensky acusou Moscovo de recorrer ao "terror nuclear" e de "querer repetir" a catástrofe de Chernobyl.

A central de Chernobyl, local do pior desastre nuclear civil da história, em 1986, entretanto desativada, mas depósito de detritos nucleares, caiu nas mãos das tropas russas na semana passada.

"Centenas de milhares de pessoas sofreram as consequências [de Chernobyl], dezenas de milhares foram retiradas. A Rússia quer repetir isso e já está a tentar", afirmou Zelesnky.

"A Ucrânia conta 15 reatores nucleares. Se ocorrer uma explosão, é o fim de tudo. O fim da Europa. É a evacuação da Europa", advertiu.

Para o Presidente ucraniano, "apenas uma ação europeia imediata pode travar as tropas russas. É preciso impedir a morte da Europa num desastre nuclear".

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.