A Guerra Mundo

Zelensky deve falar hoje perante o parlamento de Tóquio

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky vai participar numa sessão do Parlamento do Japão, através de vídeo conferência, iniciando novos contactos a nível internacional para reunir apoios contra a invasão da Rússia. 

O chefe de Estado ucraniano vai dirigir-se aos parlamentares japoneses a partir das 18:00 locais (09:00 em Lisboa), confirmou hoje o comité executivo do principal órgão legislativo do Japão composto por 465 deputados. 

Zelensky vai dirigir-se à Câmara Baixa do Parlamento de Tóquio através de meios remotos mas é possível que se verifiquem alterações de horário inesperadas devido à situação na Ucrânia. 

Hoje, Zelensky prevê dirigir-se também ao Parlamento italiano na sequência do que já aconteceu nos parlamentos da Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. 

O discursos de Zelensky perante a Câmara Baixa do Parlamento do Japão ocorre numa altura em que se registam críticas de alguns setores ultranacionalistas do Japão, após o chefe de Estado da Ucrânia se ter referido ao ataque da Armada Imperial Japonesa contra a base norte-americana de Pearl Harbour, em 1941.

A referência a Pearl Harbour foi abordada no discurso de Zelensky perante o Congresso dos Estados Unidos, na semana passada.

"Lembrem-se de Pearl Harbour, da terrível manhã de 07 de dezembro de 1941 quando o céu escureceu por causa dos aviões que atacaram", disse Zelensky sobre a operação que provocou a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial. 

"Ele também vai dizer: 'Lembrem-se de Pearl Harbour' no Parlamento japonês? Isto é alguma piada? Apoiar o povo ucraniano não é o mesmo que apoiar o governo", disse o deputado do Partido Constitucional Democrático do Japão, Kazuhiro Haraquchi, através da rede social, Twitter.

O ataque japonês de 1941 contra Pear Harbour foi justificado na altura pela cúpula militar japonesa devido ao embargo imposto pelos Estados Unido e outras potências ocidentais.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.