Madeira

"Gostava que as pessoas do CDS falassem mais da casa delas"

José Prada esteve na TSF-Madeira e admitiu não afastar um cenário de coligação pós-eleitoral com o CDS-Madeira. Tudo irá ficar definido no congresso dos social-democratas, mas fica um aviso aos centristas que têm a casa "a pegar lume"

Foto Ricardo Pestana
Foto Ricardo Pestana

O secretário-geral do PSD-Madeira, José Prada, sentou-se esta manhã nos estúdios da TSF para falar de tudo um pouco, desde o combate à pandemia aos resultados das últimas legislativas e as consequências que daí advêm.

No programa ‘Bola no Ar’, o social-democrata abordou, por exemplo, a questão que mais tem incomodado algumas figuras do seu partido, nomeadamente no que toca à iminente coligação entre PSD e CDS para as Regionais de 2023. Prada deixou mesmo um aviso a alguns centristas para que se preocupem com a sua casa - que por sinal “está a pegar lume”.

Costumo dizer, afirmar e defender que só falo da minha casa. Quando se fala da casa dos outros é sinal de que não temos casa ou então a nossa casa está a pegar lume. Por isso, gosto é de falar do PSD. E também gostava que as pessoas do CDS falassem mais da casa delas. José Prada, secretário-geral do PSD-Madeira

José Prada deixou ainda o aviso de que “em democracia respeita-se as opiniões de todos, mas também há lugares próprios que temos de respeitar”.

Segundo o secretário-geral do PSD-Madeira “existem lugares onde devemos falar, em tempos certos” e relembrou que “acima de tudo, o PSD é um partido de compromisso e a decisão que tomar, com coligação ou não” irá sair do próximo congresso e será a “melhor para a Madeira”.

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E o "melhor para a Madeira", entende-se nas palavras de José Prada, poderá assemelhar-se ao que se sucedeu nas últimas Regionais, em 2019.

O presidente do partido já o disse que vai levar ao congresso a sua moção, onde propõe uma coligação para 2023. O nosso congresso é a reunião magna do partido e que decide as linhas gerais para os próximos anos. Claro que vai ser um dos grandes assuntos que serão debatidos e que devem ser debatidos. Aí será analisada uma Coligação, que poderá ser pré-eleição, ou seja, ir logo juntos nas listas, ou então pós-eleição, como aconteceu em 2019. José Prada, secretário-geral do PSD-Madeira

Ainda assim, José Prada afirmou que o PSD-Madeira tem "militantes e dirigentes para falar do partido" e não mostrou "qualquer dúvida que a decisão" de Miguel Albuquerque "será para cumprir" e "se não houver coligação também será para cumprir".

"Em relação ao Ventura eu não conheço uma ideia para a Madeira"

André Ventura e o CHEGA foram também temas de falatório no programa da TSF-Madeira. José Prada admitiu que tem "uma ideia muito própria" em relação ao partido de direita que surgiu como terceira força política a nível nacional e em 4.º lugar círculo da Madeira.

Em relação ao CHEGA eu tenho uma ideia muito própria. Acho que é um fenómeno ‘Ventura’. E o CHEGA vive muito do seu presidente e do seu candidato, que parece candidato a Portugal todo. Estes votos que o CHEGA teve nas últimas legislativas, aqui na Madeira, penso que estão relacionados ao candidato André Ventura, porque em relação ao Ventura eu não conheço uma ideia para a Madeira. José Prada, secretário-geral do PSD-Madeira

O também deputado do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira assumiu que teve “o cuidado de estudar os programas das últimas eleições” e André Ventura “tinha cinco ou seis propostas na cabeça e nenhuma delas eram viáveis” ou que o próprio José Prada “defendia”.

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Enquanto o CHEGA não for um partido sério não podemos falar, por enquanto, com o CHEGA. Porquê que eu digo por enquanto? Porque não é um partido. Para mim é um fenómeno do Ventura que tem ideias que penso não podermos defender. Como democrata diria que o CHEGA, assim, não interessa para nós. José Prada, secretário-geral do PSD-Madeira