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Secretário pessoal de Ratzinger vai publicar memórias contra "calúnias"

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O secretário pessoal do papa emérito Bento XVI, que morreu hoje, Georg Gänswein, vai publicar em janeiro um livro com as suas memórias ao serviço do pontífice alemão e para fazer face a "calúnias" contra Ratzinger.

O livro, intitulado "Nient'altro che la veritá. La mia vita al fianco di Benedetto XVI" (em português, "Nada mais do que a verdade. A minha vida junto de Bento XVI", vai ser publicado pela editora Piemme de Mondadori no princípio de janeiro de 2023, segundo um comunicado.

"Estas páginas contêm um testemunho pessoal da grandeza e um homem calmo, um grande estudioso, um cardeal e um papa que fez a História do nosso tempo", referiu o secretário pessoal de Joseph Ratzinger.

Segundo o próprio, esta obra será também uma história contada na primeira pessoa, que procura "iluminar alguns aspetos incompreendidos do seu pontificado e descrever por dentro o verdadeiro 'mundo vaticano'".

Georg Gänswein foi nomeado secretário pessoal de Bento XVI em 2003, quando era apenas um jovem sacerdote alemão e Ratzinger ainda não era papa.

O secretário pessoal de Bento XVI realça que o livro procura mostrar "a verdade sobre as miseráveis calúnias e manobras obscuras que tentaram, em vão, lançar sombras sobre o magistério e ações do pontífice alemão".

O papa emérito Bento XVI, que morreu hoje com 95 anos, abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, a dois meses de comemorar oito anos no cargo.

Joseph Ratzinger nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, e foi Papa entre 2005 e 2013.

Ratzinger tornou-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram casos que agitaram o seu pontificado.

Bento XVI ordenou uma inspeção às dioceses envolvidas, classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.

Durante a viagem a Portugal, em maio de 2010, Bento XVI disse que "o perdão não substitui a justiça".