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PM britânico promete acabar com atrasos no processamento de migrantes ilegais

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O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu hoje acabar com os atrasos no processamento de migrantes ilegais até ao final do próximo ano, tendo anunciado um acordo com a Albânia para repatriar os nacionais daquele país. 

Numa declaração hoje no Parlamento, Sunak prometeu a duplicação do número de funcionários e utilizar antigos centros de férias, residências estudantis e instalações militares para reduzir para metade os custos de alojamento dos candidatos a asilo atualmente alojados em hotéis. 

"Seremos duros mas justos", afirmou, anunciando que o acordo com a Albânia vai permitir deportar nos próximos meses "milhares" de albaneses ilegalmente chegados ao país.

O Governo britânico pretende ainda enviar agentes da polícia para o aeroporto de Tirana e apertar os requisitos para os que reivindicam serem vítimas da escravatura moderna.  

Do lado da Albânia, Londres recebeu garantias de que as vítimas seriam protegidas.

A questão da imigração é altamente sensível para o governo Conservador, que assumiu a promessa feita durante a campanha para o 'Brexit' de "retomar o controlo" das fronteiras, mas sem sucesso. 

De acordo com números do Ministério do Interior do Reino Unido, há 143.000 pedidos de asilo pendentes. Cerca de 100.000 destes estão pendentes há mais de seis meses, mais do triplo do que há três anos.

Desde o início do ano, quase 45.000 migrantes fizeram a perigosa travessia do Canal da Mancha em pequenas embarcações frágeis, em comparação com cerca de 30.000 em 2021.

Um terço deles, quase 13.000, vem da Albânia, um "país europeu seguro e próspero", argumentou Sunak, razão pela qual anunciou hoje este "acordo de cooperação reforçada".

O primeiro-ministro britânico também se mostrou determinado em retomar os planos de transferência para o Ruanda dos candidatos a asilo que chegarem ilegalmente ao Reino Unido, suspensos após a intervenção do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

Em outubro, o Executivo foi criticado pela oposição e membros do próprio Partido Conservador devido às más condições sanitárias de um centro de processamento superlotado.

Em resposta, a ministra do Interior, Suella Braverman, queixou-se de uma "invasão" do país. 

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, responsabilizou o Governo por só apenas 2% dos casos terem sido processados, resultando num custo de sete milhões de libras (8,2 milhões de euros) por dia em alojamento dos candidatos a asilo.

"É mau para os refugiados, que querem reconstruir a sua vida. Mau para os contribuintes", lamentou.