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Bósnia-Herzegovina saúda estatuto de candidato à adesão à UE como"passo histórico"

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O Governo da Bósnia-Herzegovina saudou como um passo "histórico" o acordo dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) para conceder ao país o estatuto de candidato à adesão, decisão que será formalmente adotada na cimeira de quinta-feira.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Bósnia, Bisera Turkovic, aplaudiu no Twitter a "boa notícia" vinda de Bruxelas, onde se reuniram hoje os ministros dos 27 com o pelouro dos Assuntos Europeus e quinta-feira decorre a cimeira de líderes.

O estatuto de candidato a aderir ao bloco dá a esperança de novas "oportunidades" de desenvolvimento, considera o Governo da Bósnia-Herzegovina.

Turkovic recordou os contactos mantidos com os diferentes governos europeus, com o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, e com o Comissário para o Alargamento, Oliver Varhelyi, que contribuíram para a decisão de atribuir um estatuto que considera simultaneamente um "incentivo" e um "reconhecimento" dos progressos na Bósnia.

A ministra está confiante de que estão agora a abrir-se novas vias de colaboração com a UE, com vista também a receber mais fundos e mais investidores.

A concessão à Bósnia-Herzegovina do estatuto de país candidato à adesão segue-se a uma recomendação favorável da Comissão Europeia de outubro passado, e é a primeira etapa de um longo processo de adesão para este país de cerca de 3,5 milhões de habitantes dos Balcãs Ocidentais.

A integração do país na UE está sujeita a uma agenda de 14 reformas políticas e democráticas definidas pela Comissão Europeia em 2019 e progressos no acordo entre os partidos bósnios para desbloquear a paralisia política no país.

O estatuto de candidato foi concebido como um passo intermédio para Sarajevo acelerar a sua agenda de reformas.

A Bósnia-Herzegovina é o quinto do seis países dos Balcãs Ocidentais a obter o estatuto de país candidato à adesão ao bloco comunitário, e o único que ainda não o obteve, o Kosovo, conta formalizar o pedido na quinta-feira.

Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro país dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, seguindo-se o Montenegro, a Sérvia, a Macedónia do Norte, a Albânia e, agora, a Bósnia-Herzegovina.

Em junho passado, os 27 já haviam tomado também a decisão histórica de conceder o estatuto de países candidatos à Ucrânia e Moldova.

Os processos de adesão são extremamente morosos e alguns dos países com estatuto de candidatos ao alargamento aguardam há muitos anos pela abertura formal das negociações, como é o caso da Macedónia do Norte, que recebeu o estatuto de país candidato em 2005, e 17 anos volvidos aguarda ainda pelo arranque formal das negociações.

O caso mais flagrante de um processo moroso chega contudo de fora dos Balcãs Ocidentais - é o caso da Turquia, a quem foi concedido o estatuto de país candidato em 1999, tendo as negociações arrancado em 2005, mas 'congelado' desde 2016, por a UE entender que Ancara se tem desviado cada vez mais do caminho e dos valores europeus.