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UE investe cerca de 1,3 mil milhões de euros na preparação e resposta a emergências sanitárias em 2023

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A Comissão Europeia anunciou hoje que irá mobilizar cerca de 1,3 mil milhões de euros para a Autoridade Europeia para Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA) em 2023, visando prevenir crises sanitárias na União Europeia (UE).

"A HERA apresenta hoje o seu segundo plano de trabalho anual, que terá um orçamento de quase 1,3 mil milhões de euros em 2023 e visa a prevenção, preparação e resposta rápida a emergências sanitárias transfronteiriças existentes e emergentes, com enfoque no desenvolvimento e disponibilidade de contramedidas médicas", anuncia o executivo comunitário em comunicado.

Falando num "orçamento significativo para 2023", Bruxelas assinala que tais verbas irão permitir ao organismo "adotar medidas para, entre outras coisas, antecipar ameaças à saúde, investir em soluções médicas para crises de saúde e assegurar a disponibilidade e o acesso atempado a contramedidas médicas".

O plano de trabalho da HERA para o próximo ano estipula, desde logo, uma verba de 100 milhões de euros para apoiar projetos inovadores e estratégicos contra as ameaças transfronteiriças prioritárias para a saúde, bem como uma dotação de até 80 milhões de euros para apoiar o desenvolvimento de vacinas anticovid-19 de próxima geração.

Ao mesmo tempo, caberá a esta autoridade sanitária recolher informações e avaliar ameaças para a saúde e assegurar cadeias abastecimento e capacidades de produção suficientes na UE.

A HERA trabalhará, ainda, em coordenação internacional e colaboração global, com outros organismos sanitários ao nível europeu e mundial.

Em conferência de imprensa, em Bruxelas, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, vincou que a pandemia de covid-19 foi "um abrir de olhos" para as crises sanitárias mundiais, que "não só estão a aumentar, como também estão a tornar-se mais frequentes".

"Se recuarmos na nossa história dos últimos 30 anos, temos sido confrontados com o VIH-SIDA, o vírus Zika, a Gripe Aviária, o Ébola, a SARS, a MERS e, mais recentemente, a varíola dos macacos e a covid-19, [sendo que] a pandemia silenciosa de resistência antimicrobiana pode ser a próxima", elencou Stella Kyriakides.

"Os sinais de alerta estiveram presentes e claros durante muitos anos, mas fomos atingidos globalmente sem estarmos preparados", descreveu a responsável europeia pela tutela, defendendo "uma nova ordem de saúde global para inverter estas tendências e enfrentar melhor as ameaças à saúde".

De acordo com Stella Kyriakides, "a UE abraçará plenamente o seu dever de assumir um papel de liderança neste processo", nomeadamente através da HERA.