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Fenprof acredita que maioria das escolas no país vai fechar devido à greve

Foto PAULO NOVAIS/LUSA
Foto PAULO NOVAIS/LUSA

O secretário-geral da Fenprof afirmou hoje que acredita que a maioria das escolas no país irá estar fechada devido à greve nacional, considerando que nos professores há "uma convergência muito grande" na necessidade de continuar a lutar.

"Penso que a maioria das escolas vai estar fechada, em particular as escolas do 2.º, 3.º ciclo e ensino secundário", disse à agência Lusa Mário Nogueira, considerando que haverá ainda casos de estabelecimentos que procurem reafetar os poucos funcionários disponíveis para manter a escola aberta.

É o caso da Escola Secundária Quinta das Flores, em Coimbra, que ficará aberto apenas até às 14:30, e onde o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) se encontrava hoje de manhã.

"Tirando uma outra escola que abram de manhã, a maioria estará fechada", asseverou Mário Nogueira, esperando níveis de adesão semelhantes à greve dos professores de 02 de novembro.

Segundo o dirigente sindical, "os motivos são mais do que justos" e a indignação face ao aumento do custo de vida torna-se mais visível.

"Quando ouvimos os governantes a afirmar que os funcionários públicos vão ter o maior aumento da década isso é verdade, mas esconde a verdade maior de que os funcionários vão ter a maior perda salarial da década. [...] Eu diria que, quando tivemos uma inflação zero e um aumento zero tivemos uma perda menor do que agora com 2% ou 3% [de aumento] e uma inflação de 10%", notou.

Segundo Mário Nogueira, face àquilo que tem ouvido em plenários que a Fenprof tem realizado pelo país, a opinião dos professores tem-se radicalizado, ao ponto de haver quem peça "uma greve por tempo indeterminado".

"Isso mostra bem os níveis de indignação. A luta com certeza que irá continuar", vincou.

Dentro das diferentes organizações sindicais dos professores, há também "uma convergência muito grande na apreciação da situação e na necessidade de desenvolver ações de luta mais fortes", referiu.

A greve foi convocada para hoje, a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê aumentos salariais de um mínimo de cerca de 52 euros ou de 2% para a administração pública no próximo ano.

A Frente Comum de Sindicatos exige aumentos salariais de "10% ou um mínimo de 100 euros" para a administração pública no próximo ano e acredita que ainda há tempo para negociar com o Governo, apesar da votação do OE2023 acontecer já na próxima semana.