Madeira

Governo desafiado a seguir “práticas exemplares” de Santa Cruz

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As palavras foram deixadas por Paulo Alves, deputado do JPP, que relembrou os números astronómicos da lista de espera na Saúde, situação “vergonhosa” para uma Região com pouco mais de 250 mil habitantes. “Estamos a falar de cerca de 118 mil atos médicos em lista de espera, dos quais, 20 mil são para cirurgias”, referiu o porta-voz da iniciativa que decorreu esta manhã em Santa Cruz, após uma reunião mantida com o executivo camarário.

O parlamentar louvou o trabalho que está a ser feito em Santa Cruz, com o programa de recuperação de pequenas cirurgias, e que tem permitido “diminuir a própria lista de espera do Serviço Regional de Saúde”.

“Estamos a falar de mais de duas centenas de pessoas que já realizaram uma pequena cirurgia com o apoio da Câmara Municipal de Santa Cruz, em especialidades como oftalmologia, ortopedia, urologia e, até, medicina dentária, num investimento que supera o meio milhão de euros”, salientou.

Um trabalho e um investimento que o JPP reforça que deveria ser “exemplo para o próprio Governo Regional”. “Em Santa Cruz, o munícipe aguarda, após toda a documentação estar entregue, no máximo, um mês para ter o direito à saúde salvaguardado. No SESARAM a espera é de anos e sem saber quando terão uma resposta”.

Para Paulo Alves “é lamentável que, muitas vezes, os processos para o apoio da Câmara, não sejam mais rápidos por atrasos do próprio Serviço Regional de Saúde que demora em entregar toda a documentação necessária aos utentes que se candidatam a este apoio”.

O deputado reforçou a necessidade de o Governo regional “aprender com o exemplo de Santa Cruz, principalmente quando falamos de direitos constitucionais como o direito à Saúde” e relembrou que “nos Açores, por exemplo, a lista de espera para cirurgias ronda as 10 mil, portanto, cerca de metade do que acontece na Madeira”. Reforçou também que “existe um tempo máximo de resposta que ronda os 400 dias. Na Região Autónoma da Madeira, nem tempos máximos de resposta garantidos existem, as pessoas são obrigadas a esperar anos a fio, sem saber quando terão uma resposta”.

“Num direito como é o direito à Saúde, o Governo Regional da Madeira tem de por de parte os partidarismos e as “politiquices” e adotar melhores práticas para o bem de todos. E neste caso, práticas exemplares estão em Santa Cruz”, concluiu.