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Lula promete combater a fome e proteger a Amazónia

Foto Sebastião Moreira/EPA
Foto Sebastião Moreira/EPA

O vencedor das eleições presidenciais do Brasil, Lula da Silva, apontou este domingo o combate à fome como "o compromisso número um" do seu futuro Governo e prometeu lutar pelo "desmatamento zero" da Amazónia.

"O nosso compromisso mais urgente é acabar com a fome outra vez", disse Luiz Inácio Lula da Silva, na sua sede de candidatura, num hotel em São Paulo, perante apoiantes, cerca das 20:50 locais (mais três horas em Lisboa), pouco depois de ter sido confirmada a sua vitória na segunda volta das eleições presidenciais, contra o atual Presidente, Jair Bolsonaro.  "Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário", considerou.

Lula da Silva recordou que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro de proteína animal. "Se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo o brasileiro possa tomar café da manhã [pequeno-almoço], almoçar e jantar todos os dias. Este será o compromisso número do meu Governo", prometeu.

No seu discurso, comprometeu-se também a retomar o combate às alterações climáticas e a defender a floresta amazónica. "O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a floresta amazónica. No nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento. Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazónia", afirmou.

Lula da Silva sublinhou que o Brasil e o planeta "precisam de uma Amazónia viva". "Uma árvore em pé vale mais do que uma tonelada de madeiras extraídas ilegalmente. (...) Um rio de águas límpidas vale muito mais que todo o ouro extraído (...). Quando uma criança indígena morre, uma parte da humanidade morre junto com ela", lamentou.

Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, foi eleito no domingo Presidente brasileiro, com 50,90% dos votos, derrotando Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,10%, quando estavam contadas 99,93% das secções eleitorais. Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa ao Palácio da Alvorada após uma vitória na segunda volta, pela primeira vez na história democrática recente do Brasil, sobre um chefe de Estado que era recandidato.

O antigo sindicalista terá como vice-presidente Geraldo Alckmin, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que já havia sido seu opositor nas eleições presidenciais de 2006, então pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).