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Bolsonaro "confiante na vitória" em último comício antes da votação

Foto EPA/Antonio Lacerda
Foto EPA/Antonio Lacerda

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, mostrou-se hoje "confiante na vitória" nas eleições presidenciais de domingo, durante o último comício antes da votação.

"Minas já virou e vamos à vitória. Confiante na vitória", afirmou, em declarações à imprensa local, em Belo Horizonte, referindo-se ao estado de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país (com mais de 16 milhões de eleitores) e onde o candidato Lula da Sila venceu na primeira volta com pouco mais de 600.000 votos.

Em relação ao debate na TV Globo, na sexta-feira, marcado por troca de acusações mútuas, mas também pelo cuidado que cada candidato teve em falar para os seus e marcar a sua própria agenda, Bolsonaro criticou Lula dizendo que "ele não explicou nada, caluniou o tempo todo".

"Roubou inserções nossas e não explicou nada", frisou.

Bolsonaro referiu-se assim, uma vez mais, a acusações que tanto o Presidente brasileiro, como a sua campanha, têm feito ao longo da semana, denunciando alegados crimes de utilização de espaços de propagada eleitoral na rádio.

De acordo com a denúncia, há 154.085 anúncios que não foram veiculados. Segundo a campanha de Bolsonaro, a maioria desta alegada fraude eleitoral foi registada no Nordeste do país, conjunto de nove estados que tendem a apoiar Lula da Silva.

Vários apoiantes de Bolsonaro, incluindo altas figuras, começaram até a apelar para o adiamento das eleições por causa deste caso.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, indicou que as provas apresentadas pela campanha de Bolsonaro não tinham "base documental crível, ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova".

O responsável máximo da justiça eleitoral disse ainda que a campanha de Bolsonaro, com estas acusações, poderá ter cometido crime eleitoral, "com a finalidade de tumultuar" a segunda volta das eleições agendadas para domingo.

O próprio ministro das Comunicações do Governo já admitiu o erro: a falha era do partido, que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal, disse Fábio Faria.

Luiz Inácio Lula da Silva venceu a primeira volta das eleições com 48,4% dos votos e Jair Bolsonaro, que procura a reeleição, recebeu 43,2%, pelo que os dois candidatos terão de se enfrentar numa segunda volta marcada para domingo.