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Opositor venezuelano Freddy Superlano denuncia campanha chavista durante eleições em Barinas

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Foto EPA

O opositor venezuelano Freddy Superlano, vencedor das eleições regionais de novembro em Barinas que foram anuladas pelo Supremo, denunciou hoje a presença de autoridades chavistas que usam recursos públicos para fazer campanha durante o dia da repetição das eleições.

"Claro que há uma forte presença também dos próprios grupos dos governadores que estão aqui. Como denunciamos, com os recursos dos seus estados, eles estão a fazer campanha aqui", disse Superlano -- que não se pôde apresentar como candidato nas eleições por 'inabilitação' (impedimento legal), segundo o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) --, após votar num centro do município de Barinas.

O opositor assegurou ainda que "a presença de militares e policias em Barinas se agravou em comparação com o que foi o dia 21 de novembro" e que a visita ao estado de altos funcionários de diferentes componentes de segurança do país foi "repotenciada".

"Barinas está militarizada. Mesmo dias depois de 21 de novembro já havia grande presença do estabelecimento militar. Agora este foi reforçado com funcionários da Polícia Nacional Bolivariana, das Forças de Operações Especiais, do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalística, e próprio serviço de inteligência do Estado", indicou Superlano.

Por outro lado, Superlano realçou que "o processo de votação desta vez tem sido muito mais rápida", em comparação com as eleições anuladas.

Além disso, o opositor venezuelano destacou que se notou "maior afluência" de eleitores, em relação com as eleições de novembro.

As mesas de voto em Barinas abriram às 06.00 locais para a repetição das eleições regionais de novembro, como ordenou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), depois de anulado o primeiro ato eleitoral, adiantou hoje a agência EFE.

O ato eleitoral de hoje, naquela região onde nasceu o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, foi anulado e mandado repetir pelo STJ venezuelano que constatou que o candidato da oposição Freddy Superlano concorreu apesar de ter sido desqualificado.

Freddy Superlano venceu por uma estreita margem o candidato apoiado pelo governo Argenis Chávez.

O TSJ ordenou a repetição das eleições no estado de Barinas, cidade natal de Hugo Chávez, após receber uma ação de tutela constitucional interposta por Adolfo Superlano (sem relação com Freddy Superlano) -- considerado dissidente da oposição --, alegando violação de direitos constitucionais porque Freddy Superlano se candidatou apesar de ter estar impedido legalmente.

Num comunicado divulgado pelo TSJ, foi também indicado que "as projeções registadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deram uma percentagem de votos a favor de Freddy Superlano de 37,60 % em relação aos 37,21% de votos obtidos pelo candidato (oficial) Argenis Chávez ".

Nesta repetição das eleições, os candidatos a governar Barinas são o ex-chanceler e ex-ministro de Hugo Chávez, Jorge Arreaza, do partido no poder, e os opositores Sergio Garrido, pela Mesa da Unidade Democrática, e Claudio Fermín, considerado um dissidente da maioria anti-chavismo.