Zita Garton, pioneira do automobilismo madeirense, faleceu ontem, no Funchal, com 81 anos. Oriunda de uma família britânica, que se estabeleceu na Madeira no final do séc. XIX, cedo deu nas vistas pelo seu espírito aventureiro. Nos anos mais recentes foi acometida de doença e permaneceu internada. O seu funeral teve lugar neste sábado.

Filha de Ronald Garton e de Maria Amélia Teixeira, aos 17 anos já conduzia. Influenciada pelo pai, que era amante da velocidade e foi o n.º 1 de porta na ‘I Volta à Ilha da Madeira’ em 1959, a jovem Zita tornou-se na primeira mulher a participar em provas automobilísticas no nosso arquipélago. Entrou em várias voltas à Madeira no início da década de 1960 com um Alfa Giulietta Spider e um MG Midget. Chegou também a participar numa prova nas Canárias em 1963, onde sofreu um despiste. Em Agosto de 2015, numa entrevista a Marco Pestana (Squadra Alfa Romeo Madeira), publicada na revista Motor Clássico, recordou essa época: “Tenho saudades desse tempo. Eu conduzia descalça, para sentir os pedais e efectuando as mudanças de caixa com ouvido apurado, a cada curva ou subida. Uma emoção”.

Em termos profissionais, trabalhou no Hotel Miramar, que era gerido pela sua família e onde durante vários anos se realizaram as entregas de prémios das provas organizadas pelo Clube 100 à Hora. Trabalhou igualmente no sector da banca, em Lisboa. Nas décadas de 1970 e 1980 foi dirigente da Associação das Guias de Portugal (AGP-Madeira).