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Tempestade tropical Ana matou pelo menos 14 pessoas em Moçambique

Foto DR
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A tempestade tropical Ana causou a morte de pelo menos 14 pessoas no centro e norte de Moçambique, na sua maioria arrastadas pela corrente de rios ou apanhadas pelo desabamento de habitações, segundo dados mais recentes de diferentes autoridades.

Três óbitos foram registados na província de Nampula, zona norte, a primeira a ser fustigada pela intempérie.

"A maior parte das mortes foram causadas por desabamento de paredes", disse hoje à Lusa Alberto Armando, delegado do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) em Nampula.

Na província de Tete, seis óbitos foram reportados na terça-feira, com a subida de caudal dos rios nos distritos de Macanga e Tsangano, segundo o governador, Domingos Viola, num balanço provisório - sendo que, já hoje, o governo anunciou a morte do administrador do distrito de Tete, José Mandere.

Na província da Zambézia, duas pessoas morreram arrastadas pela corrente do rio Licungo, na segunda-feira, em Mocuba, e mais dois óbitos foram notificados na terça-feira pelo INGD a partir da província de Manica, um dos quais devido ao desabamento da parede de uma habitação.

As inundações provocadas pela tempestade tropical Ana afetaram 20.671 pessoas, causando 54 feridos e a destruição total ou parcial de 3.895 casas, seis unidades hospitalares e 77 salas de aula, afetando 2.266 alunos, de acordo com os últimos dados do INGD.

A organização não-governamental (ONG) portuguesa Oikos, que trabalha na região afetada, nota que há grandes prejuízos para a agricultura de subsistência, com mais de 2.000 hectares de campos alagados.

"As principais culturas desta altura são a base principal da alimentação das famílias camponesas, o que significa o agravamento da fome durante os próximos meses", nota a ONG.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho anunciou 140.041 francos suíços (cerca de 134.000 euros) de um fundo de emergência para preparar no terreno ações de apoio a 20 mil pessoas.

Moçambique enfrenta a época ciclónica sazonal e a tempestade tropical Ana - que, entretanto, perdeu força e se transformou numa depressão - foi a primeira a atingir o país.