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Construtora de submarinos francesa vai enviar "factura" à Austrália

Foto DR
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A empresa francesa "Naval Group" vai enviar à Austrália, "dentro de algumas semanas ", uma "proposta detalhada e quantificada" dos custos relativos à compra de 12 submarinos que o país contratou e rejeitou, disse o presidente do grupo.

Pierre Eric Pommelet, citado pelo diário "Le Fígaro", referia-se ao grande contrato com a Austrália para a construção de 12 submarinos e que este país cancelou depois de ter feito um acordo na área da defesa com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha.

Ao jornal, o responsável explicou que a Austrália terminou o contrato por "conveniência", pelo que o grupo empresarial não está em falta.

"É um caso que está previsto no contrato e dará origem a um pagamento dos nossos custos incorridos e a vir", ligados à desmobilização física de infraestruturas ou à reclassificação dos empregados, explicou, acrescentando: "Faremos valer todos os nossos direitos".

O "Naval Group" foi selecionado em 2016 por Camberra para fornecer 12 submarinos de propulsão convencional (não nuclear). O valor total do contrato, do qual apenas as primeiras fases foram concluídas, era de 31 mil milhões de euros no momento da assinatura, que seria superior devido nomeadamente à inflação.

No dia 15 a Austrália anunciou que rompia o contrato e que ia adquirir submarinos movidos a energia nuclear como parte de uma nova parceria na região Indo-Pacífico com os Estados Unidos e o Reino Unido.

"Esta decisão foi-nos anunciada sem qualquer aviso prévio, com uma brutalidade sem precedentes", disse Pierre Eric Pommelet ao jornal.

E acrescentou que em nenhum momento foi pedido ao grupo para propor submarinos nucleares à Austrália e que tal assunto só podia ser tratado ao nível do Estado.

O caso foi alvo nos últimos dias de intensa polémica e tensões nomeadamente entre a França, os Estados Unidos e a Austrália.