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Irão acusa Biden de fazer exigências idênticas às de Trump

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O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, acusou hoje o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, de ter as "mesmas" exigências em relação a Teerão que seu antecessor Donald Trump na questão nuclear iraniana.

"O atual governo dos EUA não é diferente do anterior, porque o que exige do Irão na questão nuclear é, em outras palavras, o mesmo que Trump exigiu", disse o aiatolá Ali Khamenei, num dos discursos publicado no seu 'website' oficial e que a agência France Press está hoje a divulgar.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse esta sexta-feira ao primeiro-ministro de Israel que a diplomacia era a primeira opção nas conversações sobre o acordo nuclear com o Irão, admitindo, contudo "outras opções".

"Estamos a colocar a diplomacia primeiro e a ver onde isso nos leva, mas se a diplomacia falhar, estamos prontos para nos virar para outras opções", disse o chefe de Estado norte-americano durante o primeiro encontro presencial com o novo primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, na Casa Branca.

Bennett chegou à Casa Branca para tentar dissuadir Biden de retomar o acordo nuclear com o Irão, que foi alcançado durante a Presidência de Barack Obama e que depois anulado pelo ex-presidente Donald Trump.

Desde que os EUA rescindiram o acordo, em 2018, o regime iraniano tem vindo a abandonar todas as limitações ao acordo imposto ao seu programa de enriquecimento de urânio.

De acordo com a AP, o Irão consegue enriquecer urânio até uma percentagem de 63%, pouco menos que o necessário para fabricar armas, o que compara com o valor de 3,67% registado durante o acordo.

Bennett disse ter uma estratégia para apresentar a Biden, mas não a quis divulgar em público, vincando apenas que estava satisfeito por os dois líderes estarem em sintonia relativamente ao facto de que o Irão não deve poder ter armas nucleares.

"O Irão é o primeiro país no mundo exportador de terror, instabilidade e violação dos direitos humanos", disse Bennett, acrescentando: "Enquanto estamos aqui sentados, os iranianos estão a usar centrifugadoras [de urânio] em Natanz e Fordo, e temos de os parar, e ambos concordamos nisso".

O encontro entre os dois governantes estava previsto para quinta-feira, mas foi adiado por um dia devido aos atentados em Cabul.

Ainda este mês, em 19 de agosto, a Alemanha, França e Reino Unido instaram o Irão a suspender "todas as atividades que violem" o seu acordo nuclear com as potências internacionais e a regressar "sem demora" à mesa de negociações.

Num comunicado conjunto, os três governos europeus expressaram a sua "grande preocupação" com a atividade nuclear do Irão, tendo em conta o mais recente relatório da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).