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Marrocos rejeita acusações feitas pelo ministro argelino e lamenta fim de relações diplomáticas

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Fadel SENNA / AFP

Marrocos lamentou hoje o corte de relações diplomáticas anunciado na terça-feira pela vizinha Argélia por alegadas "acções hostis" de Rabat, e considerou a decisão de Argel como "completamente injustificada, embora esperada".

"Marrocos rejeita categoricamente os pretextos falaciosos, até mesmo absurdos, que lhe estão subjacentes", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino, num comunicado citado pela agência Associated Press.

Ao anunciar a decisão na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Ramtane Lamamra, afirmou que "a história mostrou que o reino de Marrocos nunca parou de realizar acções hostis para com a Argélia".

Lamamra denunciou "actos de espionagem sistemática", numa referência a alegações de que os serviços de segurança do reino utilizaram o 'spyware' Pegasus israelita contra os seus funcionários e cidadãos, segundo a agência noticiosa oficial APS.

As autoridades argelinas também acusaram Marrocos de envolvimento nos incêndios mortíferos que devastaram o Norte da Argélia nas últimas semanas e provocaram 75 mortos.

Na reacção à decisão de Argel, o Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino disse hoje que a medida era esperada, "tendo em conta a lógica de escalada observada nas últimas semanas".

"Pela sua parte, o reino de Marrocos continuará a ser um parceiro credível e leal para o povo argelino e continuará a agir, com sabedoria e responsabilidade, para o desenvolvimento de relações intermagrebinas saudáveis e frutuosas", lê-se ainda no comunicado.