Ainda as vacinas...

Ainda no passado dia 2 de Fevereiro o presidente do Governo Regional confiava que na Madeira não ocorreriam desvios de vacinas para famílias e outros, em oposição ao que tem acontecido no continente (”não será agora na vacinação que vamos pôr a prima e a sogra a serem vacinadas”). Menos de 48h depois destas afirmações já se sabe que elementos da Santa Casa da Misericórdia de Machico foram vacinados à margem do calendário definido para os mesmos (e estes são apenas os casos que já são públicos).

Aos políticos, nomeadamente aqueles com cargos de governação e de representação dos cidadãos, o mínimo que se pede é moderação, responsabilidade e bom senso nas declarações que fazem na praça pública, de forma a não caírem num ridículo desnecessário. Como parece lógico, será impossível garantir que todas as vacinas serão utilizadas da forma mais correcta de acordo com o calendário e as prioridades definidas, não só porque existirão sempre estes casos marginais de “chico-espertos” mas também porque existem questões logísticas das vacinas e dos vacinados que terão de ser acauteladas como já alertou, de uma forma bem sensata como é seu apanágio, o director regional de saúde Herberto Jesus (poderão existir situações em que se terá de escolher entre perder vacinas ou utilizá-las em pessoas que não estejam no calendário inicialmente definido, parecendo óbvia a decisão a tomar).

Não nos podemos cristalizar nas notícias dos casos marginais de situações menos correctas que possam existir. O foco deverá deverá ser sempre a floresta e nunca a árvore. Quando nos apontam para lua e nós olhamos para o dedo é porque não teremos as nossas prioridades bem definidas.

Miguel F. Carvalho

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