Madeira

Comando Operacional da Madeira prefere corte com o passado

Fim do golfe é para marcar a diferença, diz oficial, recordando que comando conjunto de operações é anterior à chegada do contra-almirante Dores Aresta.

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Foto Arquivo

Estabelecer um corte com o passado, separar-se da salva de canhão disparada por um civil com o consentimento e apoio das autoridades militares durante um torneio de golfe no Santo da Serra que levou em Outubro de 2019 à exoneração do major-general Carlos Perestrelo do cargo de Comandante da Zona Militar da Madeira e à demissão também do cargo de Comandante Operacional da Madeira. Será este o objectivo do contra-almirante Dores Aresta ao declarar que não vai dar continuidades aos torneios de golfe, acredita um oficial contactado pelo DIÁRIO, para quem isto é apenas “para dizer o outro fez e eu agora não faço”.

Mais importante do que não dar continuidade aos torneios, actividades dentro de outras de cariz cultural e desportivo promovidas regulamente pelos militares na Madeira, sublinha, pedindo reserva de identidade, é que o actual responsável do Comando Operacional da Madeira esclareça que o Centro de Operações não foi uma conquista sua, mas um projecto que herdou.

“Ele estar a dizer que fez um comando conjunto de operações, é mentira. Ele melhorou, fez algumas obras”, esclareceu este oficial, recordando que o comando conjunto tinha sido inaugurado há cinco anos. O contra-almirante Dores Aresta, que substituiu Carlos Perestrelo no cargo de Comandante Operacional da Madeira, apenas o melhorou tecnologicamente, segundo a nossa fonte. “Na altura deram-nos dinheiro para fazer as obras, para as comunicações da parte de engenharia, deram-nos dinheiro para isso. A parte da tecnologia era o passo seguinte. “Ele não veio inovar nada, eram coisas que já estavam pensadas.”

Convidado a reagir à decisão de Dores Aresta de não incluir os torneios de golfe no Plano de iniciativas Estratégicas do Comando Operacional da Madeira, não tem dúvidas: “É desligar-se completamente do anterior. Esta separação é para dizer o outro fez e eu agora não faço”.

O militar recorda que na tropa existem sempre actividades culturais e desportivas. “Por isso é que o Comando Operacional da Madeira tem uma banda, nós fazemos actividades desportivas, campeonatos desportivo diversos, futebol e afins, não é nenhum drama”.

Havia um torneio de golfe promovido pelo Comando Operacional da Madeira e um promovido pela Zona Militar da Madeira, inserido no torneio D. Afonso Henriques, integrado no programa oficial nacional. Neste, o mais popular, participavam muitos militares de fora, pois há a nível nacional o Clube de Golfe do Exército com várias dezenas de praticantes.  Foi também este que terá estado na origem da polémica e da saída do antecessor de Dores Aresta.