Míssil, Canhão ou Bazuca?

Após quase um ano da regressão catastrófica na nossa economia, eis que uma vela se acende ao fundo dum túnel. VEM AÍ; OS MILHÕES DA EUROPA! Quando o desastre está instalado, a degradação da economia é bem patente, a pandemia sem fim ou sequer melhoramentos à vista, preparam-se já os potenciais investimentos dum ansiado apoio da União Europeia. Afinal: quem deveria inicialmente beneficiar de tão flamejados apoios? Quando mais de 60% da hotelaria, restauração e similares, toda nossa economia girava à volta dum único modelo de economia; o turismo colapsou, a miséria já começa a saltar à vista pois cada dia será mais do que evidente, ouve-se dizer que parte do investimento deverá ser canalizado para a ampliação do molhe da pontinha. Quando à 11 anos sofremos as agruras duma catástrofe natural (20 de fevereiro) bem presente nas nossas memórias e que ainda não foram concluídas todas as recuperações dessa mesma desgraça, (os abutres) do betão já se preparam para o habitual «assalto» aos milhões. Porquê continuar a trocar as prioridades? O que deveria para a altura ser investido nessa infraestrutura que com o auge do turismo de então, preconizava a necessidade da ampliação dessa infraestrutura, o que não é agora o caso, pois à quase um ano que não temos o privilégio de ver os tão agradáveis e deslumbrantes navios de cruzeiro ancorados no nosso porto. Será que o oportunismo voltará a suprimir as verdadeiras e urgentes necessidades da economia regional, pensando primeiro na recuperação do tecido produtivo, nos cuidados de saúde e educação, no planeamento de formação profissional em apoio a sectores prioritários, em detrimento de investimentos com um retorno de futuro incerto e que nem se sabe quando poderá manifestar-se. Cuidar dos doentes para regular a proliferação do vírus, tratar de recuperar toda a atividade médica, (tratamentos, consultas, cirurgias) adiadas por causa da pandemia, incentivar a produção regional de produtos agrícolas, a pesca, a pecuária, aumentando a exportação e reduzindo a dependência do exterior, alternativa aos transportes aéreos um (ferry) como os nossos vizinhos das Canárias, criar condições para que os turistas progressivamente voltem a poderem nos visitar em segurança, estas seriam na minha opinião as verdadeiras prioridades da nossa terra. Urge portanto o bom censo na aplicação dos dinheiros que virão para apoiar aqueles que realmente necessitam e não para os que à já mais de 4 décadas se habituaram a que à custa das desgraças desta terra vejam engrossando a sua carteira. Não podemos continuar indiferentes e muito menos tolerantes a que a nossa miséria seja o sustento dos oportunistas e que a ignorância e falta de cultura democrática deste povo, sirva de sustento para alimentar uma vez mais a pior pandemia deste país e que já dura á mais de 4 décadas; A CORRUPÇÃO. Esperemos que não exploda nenhuma granada de erros constantes, nas mãos de quem tem o «poder» de delinear e distribuir aquilo que deverá pertencer aos cidadãos que lutam para que a liberdade seja defendida com muita inteligência e equidade. É hora do povo abrir os olhos; já chega de indiferença, tolerância, ingenuidade e corrupção, pois Portugal quer justiça!

A.J. Ferreira