Os pensionistas pobres não merecem tanto desprezo

Os pensionistas da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (Estado), são cerca de 3,5 milhões e não têm tido o devido merecimento.

São velhos, não interessam para nada, já que não produzem e só acarretam despesa(!). Despreza-se quem trabalhou para o país e para o Estado, tendo descontado uma vida inteira.

Em 2022, as pensões de baixo valor irão ter uma esmola miserável de 0,9%. Durante a vigência da troika, no período de 20011/2015, com o PSD/CDS, as pensões superiores a 260 euros foram congeladas(!). Eram uma «fortuna».

Para quem coloca nos píncaros o governo PS/António Costa, veja-se: a partir de 2015, com a Lei 53-B/2006, que regula o aumento das pensões, não tendo sido alterada a situação dos pensionistas não melhorou. Em 2016, pensões até 683,8 euros tiveram uma subida de 0,4% e as restantes congeladas. Em 2017, quem recebesse até 842,6 euros teve um aumento de 0,5% e até 2020, os valores são idênticos - irrisórios. A vida difícil dos pensionistas é o reflexo da desigualdade social.

Dizem-nos que não há dinheiro... isto é uma mentira incomensurável. Há dinheiro!

O governo concede às empresas isenções de pagamento de contribuições no valor de 218 milhões de euros e impôs à Segurança Social pagar despesas relativas à Covid de 1 770 milhões de euros, quando deviam ser pagas na íntegra pelo Orçamento do Estado e, apenas foram de 568 milhões.

Estamos perante uma enorme iniquidade social duplamente penalizadora. Os velhos já não podem e ninguém lhes dá trabalho, tendo um dilema: ou comem ou gastam na farmácia... os governantes revelam uma profunda e inqualificável insensibilidade para com a condição dramática dos pensionistas pobres.

Os velhos são dignos de viver e não sobreviver. Sendo bibliotecas ambulantes, dêem-lhes consideração e préstimo!

Vítor Colaço Santos