DGS e o Natal

A Direcção Geral de Saúde (DGS) continua a apelar à vacinação antes do Natal, nomeadamente para os grupos etários mais frágeis (neste caso as pessoas mais velhas). Este apelo não representa apenas uma preocupação efectiva com a saúde dos cidadãos mas também terá como base o facto da adesão à toma da 3ª dose nestes grupos etários não parecer estar a ter o mesmo sucesso que as doses anteriores. A esta situação não será alheio o facto de, nas duas primeiras doses, estes grupos etários terem sido contactados directamente, não tendo como agora de fazer auto-agendamentos e responder a SMS, o que provoca notórias dificuldades às pessoas em questão. Existe, no entanto, outra razão para o insucesso desta campanha que se prende com o facto de muitas pessoas nestas faixas etárias mais elevadas, nas primeiras doses, terem sido ainda inoculadas com a Astrazeneca, a qual tinha um período entre a 1ª e a 2ª dose de cerca de 3 meses. Houve assim muitas pessoas destas faixas etárias cuja 2ª dose apenas foi tomada no final do mês de Junho ou em Julho. E se a DGS obriga a que entre a toma da 2ª e da 3ª doses distem obrigatoriamente 180 dias, estas pessoas apenas poderão ser inoculadas com a 3ª dose no final do mês de Dezembro ou nos primeiros meses de 2022 (ou seja, já depois do Natal). É assim importante que a DGS também esclareça esta situação, de forma a não imputar posteriormente uma espécie de culpa a estas faixas etárias de não terem tomado a 3ª dose antes do Natal como anda a apelar a DGS.

Miguel F. Carvalho