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Contracção da economia da África do Sul será ainda pior este ano

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O banco central da África do Sul piorou as suas previsões para a economia do país para este ano, esperando uma contração de 8,2% devido aos efeitos da covid-19, depois de uma estimativa, em julho, cifrada nos 7,3%.

De acordo com um documento divulgado esta quinta-feira, do Comité de Políticas Monetárias (MPC, na sigla inglesa), o Banco de Reserva Sul-Africano volta a estimar uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) daquela que é a principal potência industrial africana, depois de em maio ter antevisto uma quebra de 7,0% para este ano.

"O surto de covid-19 tem tido impactos sanitários, sociais e económicos significativos, apresentando dificuldades na previsão da atividade económica doméstica e global", refere o banco central na nota.

O Banco de Reserva explica que esta estimativa surge depois dos números apresentados pelo serviço nacional de estatísticas sul-africano, o Statistics SA.

"Em 08 de setembro, o Statistics SA apresentou as suas estimativas sobre o crescimento do PIB no segundo trimestre e uma revisão dos números do primeiro trimestre. Como esperado, o resultado foi negativo", disse o banco, apontando que entre abril e junho o PIB do país sofreu uma quebra de 51% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O banco assinala que o alívio das medidas de confinamento tem sustentado um crescimento económico, mas sublinha que "o regresso aos níveis de produção pré-pandemia vai demorar".

"Com um declínio acentuado no investimento, as potenciais estimativas de crescimento baixaram", aponta o Banco de Reserva Sul-Africano, que estima um crescimento de 3,9% no próximo ano e de 2,6% em 2022.

Em termos de inflação junto do consumidor, o banco central prevê que esta ronde os 3,3% para este ano, devendo aumentar para 4,0% em 2021 e 4,4% em 2022.

Estas previsões são, no entanto, mais otimistas que as apresentadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que na quarta-feira previu uma contração de 11,5% no PIB sul-africano para este ano.

A desaceleração da economia sul-africana está associada às medidas de confinamento e de contenção aplicadas desde 27 de março para travar a propagação da covid-19.

Contabilizando mais de 635 mil casos oficiais, incluindo 15.705 mortes, de acordo com dados governamentais, a África do Sul é o país mais atingido pela pandemia em África.

No continente há 33.251 mortos confirmados em mais de 1,3 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia em África.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 941.473 mortos e mais de 29,9 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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