Madeira

PCP acusa Governo de favorecer empresas de construção civil

Em causa está o pagamento de 6,6 milhões de euros como indemnização pela prorrogação dos prazos de duas empreitadas

None

O PCP acusou hoje o Governo Regional de má gestão dos dinheiros públicos e de “subserviência perante os interesses de determinados grupos económicos da construção civil” e solicitou uma audição Parlamentar com o Secretário Regional do Equipamento e Infraestruturas para esclarecer várias situações no Parlamento Regional.

Em causa está, segundo Ricardo Lume, duas resoluções aprovadas em Conselho de Governo, a 6 de Agosto, que são “fortemente lesivas” para a Região e mostram que o Governo Regional e os partidos que o suportam, o PSD e o CDS, estão “completamente subjugados aos interesses económicos ligados ao sector da construção civil”.

O deputado comunista explicou, numa acção política realizada junto ao Edifício do Governo Regional, que as resoluções em questão autorizam o pagamento de 6,6 milhões de euros de indemnização às empresas Somague, SA e Mota Engil, Engenharias e Construção por ter existido uma prorrogação do prazo de empreitada da construção da ‘Via Rápida Câmara de Lobos / Estreito de Câmara de Lobos’ e da ‘Nova Ligação Vasco Gil- Fundoa à Cota 500 -1ªfase’.

“O pagamento de mais de 6,6 milhões de euros a estas empresas como indemnização pela prorrogação dos prazos das referidas empreitadas demonstra que não existiu da parte do Governo Regional a salvaguarda do interesse público e houve uma gestão danosa de todo um processo que está a lesar a Região em vários milhões de euros”, acusa Ricardo Lume, salientando que, num passado recente, o Governo Regional também pagou mais de 55 milhões de euros à empresa de construção civil AFA, por alegados incumprimentos de contratos.

Situações “incompreensíveis” que exigem o apuramento de “responsabilidades políticas” já que “ou existe muita incompetência por parte dos membros do governo ou então existem contratos que favorecem descaradamente os interesses dos grupos económicos ligados à construção civil especialmente amigos dos governantes”, aponta o deputado, lamentando que, numa altura como esta, em que todos os recursos financeiros são poucos para acudir à actual situação económico-social provocada pelo surto epidemiológico COVID-19, o Governo Regional entregue a duas prediletas empresas do sector da construção civil mais de 6,6 milhões de euros.

Fechar Menu