Madeira

Susana e Humberto rebatem críticas à falta e planeamento da gestão de água

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secretários regionais enumeram conjunto de investimentos para mostrar trabalho no combate às perdas de água

É enumerando investimentos realizados e nalguns casos enumerando os valores dos mesmos que as secretarias regionais de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, e de Agricultura e Desenvolvimento Rural rebatem as acusações à falta de água e de planeamento na gestão dos recursos hídricos que agricultores e o próprio presidente da Associação de Agricultores criticaram numa reportagem que o DIÁRIO publica na sua edição impressa de hoje. A posição governamental é aproveitada também para atacar as “perdas nos canais de rega e nas redes de abastecimento municipais, em particular no município do Funchal (responsável actualmente por 51% da água que se perde anualmente nas redes)”, mas também o concelho da Calheta, curiosamente da mesma cor política da maioria da maioria do Executivo justamente por estar entre os municípios não aderentes e que registam perdas acima dos 70% nas redes.

Seja como for, explica a nota que a política governamental que tem existido um reforço os recursos hídricos na agricultura na qual foram implementadas várias medidas de apoio ao agricultor nomeadamente no “aumento da capacidade de armazenamento de água em altitude onde se destacam a construção da barragem do Paul da Serra com a capacidade de armazenar 1 000 000 m3 cujo investimento foi de 68 milhões de euros, e que desde o passado dia 5 está a reforçar o fornecimento de água de rega a cerca de 17.300 regantes dos concelhos da Calheta, Ponta do Sol e de parte do concelho da Ribeira Brava (Tabua)”. 

No lote de investimentos, tanto a tutela de Susana Prada como de Humberto Vasconcelos, sublinha, também, que “está a decorrer a construção do Túnel do Pedregal, com capacidade de armazenar 40 000 m3 de água e que irá beneficiar mais de 9 mil explorações agrícolas”.

"As Canárias têm problemas mais graves de pluviosidade e no entanto não falta água para a agricultura" in edição impressa, João Ferreira, presidente da Associação de Agricultores da Madeira.

Não bastasse, no que toca ao combate às perdas de água no sistema de regadio e nas redes abastecimento municipais, destacam investimentos de “73 milhões de euros” em “mais de 100 kms de canais de rega”. 

Relativamente às redes de abastecimento de água potável municipais, nomeadamente Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Machico, Santana e Porto Santo, (responsáveis atualmente por 29% da água perdida nas redes), “estão a ser investidos cerca de 33 milhões de euros para a recuperação de 120 km de condutas, além da beneficiação de mais de 80 reservatórios”.

De resto, recordam que os municípios não aderentes [à empresa pública ARM], nomeadamente Funchal, Santa Cruz, Ponta do Sol e Calheta, são “responsáveis por 71% da água que se perde anualmente nas redes da Região, é imprescindível diminuir o desperdício de água de uma forma real, para que este bem precioso chegue a todos”.

Mais: tendo em conta o trabalho de poupança de água e de investimento em prol dos agricultores, lê-se que “está em estudo o apoio à implementação de sistemas de regadio mais eficientes (gota-a-gota, aspersores, etc.) e está em curso a recuperação de 14 reservatórios de água e a construção de um tanque para os Canhas.

Refere ainda que, num claro auxílio aos factores de produção, mantém a sua “política de subsidiação à tarifa da água de rega, o que representa um investimento de mais três milhões de euros anuais suportando 83% do custo. O agricultor apenas contribui com 17% do custo da água de rega”, situação que os agricultores dizem não sentir por sentirem o peso na factura mensal.

Os municípios não aderentes [à empresa pública ARM], nomeadamente Funchal, Santa Cruz, Ponta do Sol e Calheta, são “responsáveis por 71% da água que se perde anualmente nas redes da Região, é imprescindível diminuir o desperdício de água de uma forma real, para que este bem precioso chegue a todos”. In comunicado das secretarias regionais

Já através do PRODERAM (Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira), neste quadro comunitário “322 projectos privados beneficiaram de sistemas de rega, numa área com cerca de 123 hectares, e outros 256 investimentos em explorações agrícolas beneficiaram de operações com intervenção (construção ou recuperação) em reservatórios de água de rega, com capacidade de armazenamento na ordem dos 27 mil m3”, um reparo ao dirigente da Associação de Agricultores que criticava a falta de investimento nesta área, no entanto a tutela de Humberto Vasconcelos garante que estes investimentos ultrapassaram os “3,8 milhões de euros, dos quais 2,3 milhões de euros foram suportados por Despesa Pública”. Perante estes dados, sublinha em jeito de remate final, “qualquer pessoa atenta aos investimentos realizados verifica que tudo tem sido planeado”.

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