À volta do racismo

O País, ultimamente, (por falta, certamente, de nada ter de maior importância para tratar) tem andado envolvido com questões de racismo, de etnias, de novo com racismo e, muita gente paga com o dinheiro dos nossos impostos, lá se vai entretendo com estas questões.

Começou com um jogador de bola – porventura de carater não muito equilibrado já demonstrado nos clubes portugueses que tem representado – que se sentiu incomodado por cânticos e por o terem chamado de “macaco” o que, apesar de não estar certo, de não concordarmos, é das coisas mais banais e menos ofensivas que se ouvem nos campos de futebol, sem contarmos com o que se chama a árbitros e fiscais de linha, onde se vai buscar a mãe, a mulher e a família até a quinta geração.

Mas o “menino” era negro daí a grave ofensa, se fosse branco, seria a coisa mais natural do mundo, como, aliás, acontece e nada nem ninguém se opõe e que também está mal.

Depois veio o caso da etnia cigana. Pessoalmente, nada temos contra ela, nunca nos sentimos lesados por qualquer elemento desta etnia, é verdade, mas também é verdade que sempre ouvimos falar mal dela.

Desde as leituras do futuro das pessoas, lidas nas palmas das mãos, à venda de vários produtos e etç.etç.

Isso foi outra vez um” escândalo” onde até meteu o nosso Primeiro-Ministro que, numa “exibição caricata” na Assembleia da Republica, veio defender os ciganos, mas dando como exemplo um jogador que, sendo um bom jogador, é visto, infelizmente, pela maioria dos adeptos do futebol, como um jogador que, “se tivesse outra cabeça” teria ido muito mais além na sua carreira.

Bom, mas o Senhor 1º Ministro lá sabe com que tipo de “cabeças” ´é que se cose e defende para este País.

Vendo bem, se as “cabeças” que têm governado este País todas fossem diferentes daquela que deu como UM EXEMPLO, certamente que vivíamos muito melhor e não andávamos de mão estendida à Europa do modo como o fazemos.

Finalmente (há poucos dias) mais uma manifestação contra o racismo só que desta vez, ao que nos pareceu, envolvendo cidadãos das antigas Províncias ultramarinas ou colónias (como lhes queiram chamar) portuguesas e aí já temos que ter uma maior atenção.

Não porque na luta contra o racismo haja fronteiras ou distinção entre países, mas pelo facto destes cidadãos negros portugueses (seus pais e avós) já terem sido, infelizmente, entregues a bandos de guerrilheiros armados, numa descolonização miserável a que alguns (interesseiros?) chamaram hipocritamente de exemplar.

Mercenários hediondos que, após matarem milhares de jovens brancos e também negros que lutavam ao nosso lado, não tiveram pejo – após a independência – de virarem as armas contra as suas próprias populações, durante anos e anos a fio, semeando a morte, a angustia, a miséria, até conseguirem o que sempre os norteou, ou seja, o PODER!

De modo que, é bom que tudo façamos para criarmos uma nossa sociedade onde independentemente da cor da pele possamos viver em igualdade.

Contudo, convém verificar se no meio dos seus apoiantes existem alguns dos crápulas ou seus descendentes que, na década de 70, em manifestações partidárias e outras, “obrigaram” o nosso País a entregar as Províncias ou colónias do modo como o fez.

Porque, em nosso entender, muitos dos negros que vivem no nosso País poderiam estar a viver nas terras que os viram nascer, em paz, em harmonia e com um nível de vida de acordo com a riqueza e grandeza que os seus países de origem lhes podiam dar, se a descolonização tivesse sido feita de outro modo.

Como, aliás, os verdadeiros patriotas – militares e civis- pretendiam.

Juvenal Pereira

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