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CTT apresentam selos com símbolos da época pré-histórica

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Os CTT apresentam hoje 20 de Agosto, uma emissão filatélica com quatro selos sobre o roteiro pré-histórico, do Paleolítico Inferior/Médio, do Neolítico antigo e do Neolítico final/Calcolítico.

Os selos desta emissão mostram, segundo os CTT, a biface de sílex do Paleolítico Inferior/Médio (c. 300.000-35.000 AC); um vaso com decoração impressa e plástica do Neolítico antigo (c. 5.500-4.500 AC); um báculo de xisto com decoração geométrica e dorso serrilhado do Neolítico Final/Calcolítico (c. 3.000-2.500 AC); e uma alabarda de xisto do Neolítico Final/Calcolítico (c. 3.000-2.500 AC).

Mariana Diniz, Professora Associada da UNIARQ Faculdade de Letras de Lisboa, na pagela desta emissão, diz que “foi no paleolítico que chegaram os primeiros humanos ao nosso território desocupado. Existem desta época, partes de esqueletos encontrados em grutas, visitadas uma e outra vez, e onde se abandonam utensílios de pedra ou osso - como o biface da Gruta da Furninha (Peniche)”.

No período neolítico, em meados do 6.º milénio AC, eram produzidos vasos cerâmicos, destinados ao armazenamento, à confeção e ao consumo de alimentos, que continham uma decoração onde se afirmavam as identidades de grupo, usando conchas, marcando caneluras ou desenhando espigas – como no vaso da Gruta da Senhora da Luz (Rio Maior).

Segundo Mariana Diniz, “desconhecemos o sistema de crenças das antigas sociedades neolíticas e calcolíticas que construíram, ao longo do 4.º e 3.º milénio AC, em diferentes paisagens, monumentos megalíticos destinados a receber os mortos. No entanto, o esforço que a construção destas estruturas funerárias exige, com o transporte de grandes blocos de pedra pesando várias toneladas, como nas grandes Antas do Alentejo ou das Beiras, as personagens de grandes olhos, que representadas em pedra, cerâmica ou osso, rodeiam os mortos, os artefactos de uso comum – as pontas de seta, os machados de pedra polida, os vasos cerâmicos, mas também as peças excepcionais carregadas de valor simbólico e de estatuto social, como o Báculo de xisto, o jogo de luz que a cautelosa construção destes monumentos orientados ao sol nascente ilumina, real ou metaforicamente, a câmara funerária, permite admitir que a morte não é, para estas comunidades, o fim da Vida.”

Por fim, no Calcolítico, o crescimento populacional, a prosperidade e a consequente desigualdade económica estiveram na base de um clima de conflito que marcaram o 3.º milénio AC.  A intensificação económica e a complexificação social estarão na base das elites calcolíticas cuja principal característica distintiva parece ser a posse, por exemplo, de bens exóticos ou tecnologicamente excecionais – como é o caso da Alabarda de sílex, artefacto cuja função guerreira parece certa.

Esta emissão filatélica é composta por quatro selos com os valores faciais de 0,53€, 0,75€, 0,86€ e 2,00€. O design dos selos esteve a cargo de Hélder Soares do Atelier Design&etc. As obliterações de primeiro dia serão feitas nas lojas dos Restauradores em Lisboa, Munícipio II no Porto, Zarco no Funchal e Antero de Quental em Ponta Delgada.

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