Madeira

Dionísio Pestana entre os mais poderosos

Negócios deu a 24.º posição ao empresário madeirense, que resiste às crises com serenidade

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Foto Diana Quintela/ Global Imagens

Dionísio Pestana ocupa o 24.º posto na lista dos mais poderosos de 2020 promovida pelo jornal Negócios. O dono e presidente do grupo hoteleiro aparece retratado como um homem que resiste às crises, com serenidade.

Presença neste no ranking pela primeira vez em 2013, desde então não mais saiu, tendo no ano passado chegado à 21.ª posição. No artigo são recordadas as conquistas do grupo mais recentes, em termos de novas unidades hoteleiras. O Grupo Pestana já atingiu os cem hotéis em todo o Mundo, tendo em Janeiro deste ano aberto um em Nova Iorque e espera abrir um segundo até ao final de 2020. Nos planos estão em 2021 um hotel até ao Verão em Newark, e nos planos outros em Boston e Florida.

O Negócios recupera parte da entrevista dada por Dionísio Pestana no Verão do ano passado e diz que o grupo preparava-se para ter, em 2020, mais um ano recorde. O que não se esperava era que o fim de ciclo fosse tão abrupto, escrevem ainda os jornalistas Rafale Burd Relvas e André Veríssimo, que assinam o artigo.

Em Janeiro deste ano o dono do Grupo Pestana já alertava aos administradores mais próximos que se a pandemia chegasse aos Estados Unidos seria um grande problema. “Vamos ter de repensar”, alertava Dionísio Pestana, citado pelo jornal. E teve.

Continua a peça a dizer que a 16 de Março fechou o primeiro hotel, a 31 do mesmo mês estavam todos fechados. “Ainda hoje só reabriu um terço das unidades”, lê-se.

“Se o cenário é de crise, a posição é de serenidade, ou não fosse o percurso de Dionísio Pestana pelo mundo empresarial confundido com a sucessão de crises na história portuguesa. Foi precisamente com uma, aliás, que iniciou este percurso, em 1976, acabado de concluir o curso de Gestão”, recorda o artigo, contando que o Carlton, o hotel fundado pelo pai no Funchal, estava em falência iminente quando o assumiu.

A cada sete anos há uma crise, disse o empresário na mesma entrevista em 2019. Todas passaram, escrevem os jornalistas, e o grupo sobreviveu para ser o maior de Portugal. “É essa a mensagem que, hoje, Dionísio Pestana tem procurado transmitir à equipa”. Diz que a crise vai demorar e que é preciso estar bem preparado para quando terminar. Passa também confiança, confidenciou um dos administradores aos jornalistas. “Não é alguém que mostre desespero, nem de entrar em euforias”, revelou a mesma fonte.

E o Negócios faz as contas e conclui que não há razões para festas. O grupo concluiu 2019 com receitas de 450 milhões de euros e um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 186 milhões para entrar num ano marcado por meses sem receitas. “O objectivo é chegar ao ‘break even’ e a estratégia de Dionísio Pestana, contam os mais próximos, passa agora pela minimização dos custos”, acrescenta o jornal, acrescentando que os conselhos dados pelo madeirense é para ter cuidado com os custos porque a crise provocada pela pandemia não vai durar um mês.

O Negócios fala também do lado mais pessoal, do regresso a casa em Março, do nascimento do seu segundo neto, o primeiro filho da filha, e o facto de a pandemia lhe ter permitido acompanhar os primeiros meses do novo bebé.

O artigo recorda que Dionísio tem planos por concretizar e que a pandemia não deverá travá-lo. Disse na entrevista de 2019 que não houve, até então, um projecto que tenha ficado por fazer.

“Nunca perder o foco é importante”, resumia nessa conversa.

Até ao final do ano conta abrir o segundo hotel em Nova Iorque, um CR7 em parceria com Cristiano Ronal. O jogador é um dos mais próximos na sua rede mais próxima desenhada pelo jornal. Lá estão José Theotónio, presidente do grupo e braço direito do empresário; Peter Booth, director do Grupo, Luigi Valle, que deixou o Pestana em 2017, mas que é considerado o ‘irmão italiano’ de Dionísio e se mantém próximo, e Miguel de Sousa, o líder da Empresa de Cervejas da Madeira, detida pelo Grupo. Miguel Albuquerque surge na rede mais alargada. A proximidade é justificada pelo peso do grupo hoteleiro nascido na Madeira. O Negócio recorda que o Presidente do Governo Regional está a ser investigado pela adjudicação ao Grupo pestana da Zona Franca da Madeira.

Nos planos a dez anos está a criação de uma base “muito forte” nos EUA e “presença em quase todas as grandes cidades da Europa”, afirmou o administrador do Grupo José Roquette, em entrevista no ano passado em Março a este jornal.

O Negócios classifica os mais poderosos de acordo com cinco critérios, que vão de uma a cinco estrelas cada. No Poder de Fortuna Dionísio Pestana tem quatro estrelas, as mesmas que consegue na Rede Empresarial. Na Influência Política tem duas; na Mediática tem três; e na Perenidade tem cinco.

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