Madeira

Discussão sobre aquacultura juntou três dezenas de populares no Jardim do Mar

None

O biólogo e investigador Thomas Dellinger criticou o modo como são atribuídas de áreas para a produção de pescado em regime de aquacultura sem que o Governo Regional avaliasse com rigor, ou pelo menos, de forma “transparente” disponibilizando dados públicos sobre “quais são exactamente os impactos que essa aquacultura provoca”.

“É preciso avaliar e contrapô-los aos outros interesses que possam existir, como o ordenamento do território”, exortou. O desafio servirá para que seja possível “formar as zonas de interesse da aquicultura”, defendeu há instantes durante uma sessão informativa sobre a aquacultura, uma iniciativa promovida pela vereadora e deputada, Sofia Canha que juntou três dezenas de populares e ainda Elisabete Andrade, membro da plataforma AZIA que não escondeu ser “contra” este tipo de investimento em mar aberto.

Ao contrário, o biólogo mostrou ser a favor da “diversificação da economia”, logo a favorável à produção de aquacultura, contudo dentro de um quadro normativo que respeite “impactos e interesses”.

O docente universitário considera “há falta de informação” e aquilo que assiste é que esta temática “é feita em cima do joelho, sem grandes fundamentos científicos”.

“A verdade é que não sei de muitos estudos ou não sei de nenhum estudo aqui na Região que avalie isso de uma forma clara”, criticou.

Na base da discussão sobre esta temática está o facto de o concelho da Calheta ter sido escolhido para a instalação de equipamento de produção de pescado em aquacultura, sem que a população fosse informada das consequências ou o município tivesse qualquer proveito.

Este é um assunto que tem gerado polémica e muita informação dispersa, o que faz com os munícipes sintam dificuldade em acompanhar esta questão, razão pela qual Sofia Canha entendeu ser necessário promover esta iniciativa.

A socialista lembrou que o Plano de Ordenamento para a Aquacultura Marinha da Região definiu as zonas mais favoráveis para a instalação das jaulas para piscicultura em mar aberto, sendo que neste concelho foram definidas duas zonas, nomeadamente o Arco da Calheta e Calheta-Jardim do Mar, sendo esta última de uma dimensão muito superior àquela já instalada no Arco da Calheta, actividade que já está licenciada pelo Governo Regional, afirmou.

Elisabete Andrade enumerou um leque de argumentos que vão desde “o impacto visual, socioeconómico” justamente por empregar “apenas 30 pessoas”. De resto, vincou não existir, até agora, “acesso a nenhum relatório ou nenhum estudo de impacto ambiental”, além de não saber a “composição da rações”.