A “omerta” e as forças de segurança

Através de bárbaras agressões 3 inspetores do SEF com a eventual colaboração de outros 9 elementos da mesma polícia torturaram até à morte o cidadão ucraniano Ihor Homenyuk. Talvez porque a vítima era de ascendência caucasiana e não africana e não viera numa qualquer barcaça prestes a afundar-se utilizada pelos traficantes de seres humanos para enviar para a Europa e para a morte refugiados, não se ouviu o habitual clamor dos militantes anti-racistas e anti-xenofóbicos nomeadamente daquela esquerda pretensiosa que se considera fiel depositária dos sentimentos nobres de dignificação de qualquer ser humano que devem nortear-nos a todos. A SIC entrevistou a viúva do malogrado Ihor que nos deu conta que o nosso Governo socialista nem um mero pedido de desculpas lhe apresentou, nem tão pouco envidou qualquer esforço para o repatriamento das cinzas do seu marido entretanto cremado sem o seu conhecimento prévio, com as respetivas despesas a serem exclusivamente suportadas por ela agravando a sua precária situação económica e dos seus 2 filhos menores, o que segundo ela tinha sido o motivo da viagem do marido a Portugal para procurar trabalho. Tanto quanto nos é permitido saber houve tentativas de encobrimento do homicídio com informações falsas e deturpação dos factos por parte de vários colaboradores do SEF nomeadamente da sua Direção, pelo que a investigação em curso deverá também apurar essas responsabilidades dos que procuraram encobrir o homicídio e proteger os homicidas. A “omerta” também existe nas nossas forças de segurança desde as policiais às militares e tal como na Máfia serve para ocultar crimes e criminosos que nelas se acobertam disfarçados de agentes da Lei e da nossa Segurança. Torna-se por isso imperioso sancionar não apenas os responsáveis diretos de tais crimes mas todos os que os encobrem e expulsá-los das forças de segurança onde não têm lugar, a menos que pretendamos equipará-las a organizações mafiosas.

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