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Novos pobres…

Era conveniente saber a lista desses “necessitados” para evitar que andemos por aqui a levantar falsos testemunhos

No ano passado, mais ou menos por esta altura fui chamado à atenção para a existência de novos pobres que foram ao Mercado Abastecedor receber cabazes de uma Associação que dá pelo nome de Garotas do Calhau, portanto antes da chamada Pandemia Covid 19.

Nesse dia o parque de estacionamento do referido Mercado ficou cheio de automóveis de alta cilindrada, não sendo propriamente carros de gente pobre, pois, segundo a informação que tive eram Mercedes, Audis, BMWs e outras marcas da mesma gama.

Fui novamente chamado à atenção que este ano aconteceu o mesmo: Os “pobres” deixaram, desta vez os carros fora do parque de estacionamento, mais propriamente na rua que lhe dá acesso. Muitos iam com a chave do carro na mão, a abanar, num jeito de mostrar a marca do carro que possuíam.

É certo que se diz que a pandemia criou uma série de novos pobres, pois os ordenados de muita gente sofreram um corte da ordem dos trinta e três por cento, porque muitas empresas fecharam e os trabalhadores passaram a receber apenas trinta e três por cento da Segurança Social e trinta e três por cento da entidade patronal, ou seja passaram a receber apenas sessenta e seis por cento do seu ordenado.

Nesse caso, também tenha havido famílias que a verem-se sacrificados num terço do seu ordenado, talvez se sentissem em dificuldades financeiras, pois as despesas eram as mesmas e as receita muito mais baixas, mas no ano passado ainda não havia crise de vencimentos nem de empregos. O turismo que representa mais de 25% das nossas receitas estava cheio de pujança, o comércio funcionava em pleno e os serviços não paravam.

Queremos dizer com isso que alguns que se sentiram em dificuldade, até mesmo para pagarem as “bombas” em que se faziam deslocar, poderiam ter razão de existir este ano, mas não no ano passado porque ainda não havia crise. Mas tudo indica que são os mesmos “pobres” do ano passado!!!

Tanto quanto sabemos a referida associação vive à custa de apoios do Governo e da Segurança Social. Perguntamos, que tipo de pobres é que apoiam? Será que os subsídios que recebem não deveriam ter um destino dos realmente muito pobres, que nem carro tem e muito menos carros de alta cilindrada?

Acredito que os cabazes entregues pelas Camaras Municipais e pelas Juntas de Freguesia, tenham por destino aqueles que vivem em dificuldade, alguns deles apoiados o ano inteiro, cuja reforma, em muitos casos, não dá para as despesas fixas como renda, água, luz, medicamentos e alimentação. Acredito que haja associações que façam os seus donativos a quem realmente precisa, mas também acredito que há associações que ajudam os amigos e os “denecessitados”.

Era conveniente saber a lista desses “necessitados” para evitar que andemos por aqui a levantar falsos testemunhos, como já sei que me vão acusar, ou será que os “pobres” que foram ao Mercado Abastecedor, local da entrega dos cabazes, pediram um carro emprestado para transportar os referidos cabazes para as suas residências, como bairro sociais?

Quero aproveitar a oportunidade para desejar a todos os leitores do DN, aos amigos e de um modo especial a todos os madeirenses, cá ou na diáspora e um feliz ano novo.

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