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Plataforma de luso-americanos vai trabalhar para eleger Joe Biden

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A plataforma "Luso-americanos por Biden-Harris", lançada oficialmente este domingo, tem como objetivo alcançar o máximo de lusodescendentes possível nos estados que serão críticos para a eleição e incentivá-los a votar no candidato democrata.

"Esta é a primeira vez, a nível nacional, que temos os luso-americanos como parte oficial de uma campanha presidencial", disse Marc Pacheco, senador estadual na legislatura de Massachussetts, que está envolvido no lançamento da plataforma. "É o início de um movimento dentro do partido Democrata", afirmou o senador.

De acordo com Elvir Klempic, diretor de envolvimento étnico da campanha de Joe Biden, a intenção é mobilizar a comunidade luso-americana como parte de uma estratégia alargada do democrata de chegar a todo o tipo de minorias. "A única maneira de ganhar a eleição e virar a página neste período negro da história dos Estados Unidos é envolver todas as comunidades e fazermos isto juntos", disse o diretor, durante o lançamento nacional da plataforma.

Klempic está a organizar bases de dados de eleitores com sobrenome português e o plano é que voluntários lusodescendentes contactem esses eleitores para incentivar ao voto em Biden.  Marc Pacheco explicou que os esforços serão dirigidos aos estados onde a corrida está muito renhida e uma pequena diferença de votos pode determinar a eleição.

O senador mencionou que há 85 mil famílias de origem portuguesa na Flórida, perto de 18 mil no Arizona, cerca de 20 mil na Pensilvânia, 18 mil no Nevada, 18 mil em New Hampshire e quase 40 mil famílias luso-americanas no Texas. Todos são estados considerados importantes ou mesmo decisivos para o ato eleitoral de 03 de novembro. "Esta eleição é muito importante e estou orgulhoso que a campanha Biden-Harris se tenha virado para os luso-americanos, para que tenham um papel na eleição do próximo presidente dos Estados Unidos", disse Pacheco, confiante de que Biden será eleito.

Embora Joe Biden continue à frente nas sondagens, o congressista lusodescendente Jim Costa, que representa o 16º distrito da Califórnia, disse que a vitória "não pode ser dada como garantida" e disponibilizou-se a deslocar-se aos estados do Nevada e Arizona para ajudar a impulsionar o voto dos luso-americanos em Joe Biden.

"Estamos muito entusiasmados", disse o congressista. "Afinal de contas, somos uma nação de emigrantes", descreveu. "Os luso-americanos tiveram a oportunidade de beneficiar do Sonho Americano. Esta eleição é sobre manter esse Sonho Americano intacto para todos".

A congressista lusodescendente Lori Loureiro Trahan, que representa o 3º distrito de Massachussetts e também participou no lançamento, sublinhou que é preciso "não deixar nenhuma pedra por virar" e será interessante contactar os sindicatos de vários setores. "Somos todos americanos, mas acredito que está profundamente embebido na minha herança luso-americana o sentido de comunidade", disse a congressista.

Marc Pacheco sublinhou que será feito um esforço de contacto e aproximação não apenas com a comunidade portuguesa, mas com todas as comunidades lusófonas espalhadas pelo país, incluindo brasileiros e cabo-verdianos. "O que está em causa é o acesso a cuidados de saúde, cobertura de doenças pré-existentes e tudo o que nos importa em termos da nossa democracia", disse Pacheco. "Será crítico".

O senador referiu que, em 2016, os democratas perderam por cerca de dois votos em cada assembleia de voto nos estados decisivos. "Os nossos votos portugueses podem mais que compensar essa diferença". Há quatro anos, Donald Trump derrotou Hillary Clinton por uma diferença de apenas 77.744 votos, distribuídos pelo Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.  Pacheco afirmou ainda que não é contra Biden que o atual presidente está a correr. "Donald Trump está a correr contra a democracia", considerou o senador.  Até ao momento, não é conhecida uma iniciativa similar de nível nacional pelo lado republicano, que apele ao voto dos luso-americanos para reeleger Donald Trump.

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