Dia da Arquitectura

Em 1985, a Organização das Nações Unidas designou a primeira segunda-feira de Outubro de cada ano como sendo o “Dia Mundial da Habitação”. O dia tem como objetivo refletir sobre as condições de habitação dos todos os cidadãos, salientando-a como um direito fundamental da humanidade.

A União Internacional dos Arquitetos que no mesmo ano tinha instituído o “Dia Mundial da Arquitectura”, alterou a data da sua celebração em 1996 de forma a que ambas as celebrações passassem a ser feitas no mesmo dia.

Este ano de 2020 ocorre hoje, 5 de Outubro.

Trata-se de um dia de grande importância para todos os arquitectos pela divulgação da relevância do seu papel e responsabilidade como agentes económicos e sociais, mas é sobretudo um dia de reflecção pública sobre questões muito importantes para a qualidade de vida dos cidadãos como a garantia de habitação condigna, da qualidade e valor dos espaços em que vivemos, da arquitectura e do território em geral.

Quase não nos damos conta, mas vivemos o nosso dia-a-dia numa constante relação com os espaços, organizando-os, transformando-os, criando-os, pensando-os para que a nossa liberdade e bem-estar sejam conseguidos, não obstante os fatores que nos possam condicionar.

É no nosso quotidiano que podemos perceber a importância de sentir e viver a arquitectura, exatamente quando nos movimentamos, quando procuramos os nossos lugares, quando procuramos abrigo, quando sentimos que o tempo passa e os nossos espaços perduram.

Ao observamos o edificado percebemos também que a arquitectura nos enriquece com a possibilidade de contemplação. Haja harmonia de formas e beleza construtiva que nos cative e logo esse equilíbrio exalta o nosso bem-estar. Neste contexto, sentimos que fazemos parte do conjunto pelo prazer de sentimentos e comunhão a que nos transporta.

Hoje é também um dia que nos reporta para as questões ambientais e de sustentabilidade. Estarão as nossas construções e o investimento realizado a contribuírem eficazmente para corresponder a um processo energeticamente sustentável e amigo do ambiente?

A aceitação e implementação de novos processos construtivos continua ainda a ser manifestamente insuficiente embora já existam no mercado inúmeras soluções que anteveem uma mudança de paradigma na forma de habitar e construir o futuro.

Elaborar projetos fundamentadamente, relevando as questões sociais, culturais e económicas cumprindo com o interesse constitucional de um correto ordenamento do território, promovendo a paisagem, planeando um urbanismo de qualidade, na defesa do património edificado e do ambiente, apresenta-se como uma equação indispensável à qualidade de vida para a qual todos temos de contribuir, sejamos promotores, projectistas ou construtores.

Como valor público o direito à arquitetura deve ser promovido e exigido por todos os cidadãos como substancial garante de qualidade do nosso futuro comum.

Ordem dos Arquitetos
Secção Regional da Madeira

Fechar Menu