Recorde vinda de Terry Jones à Madeira em 7 fotos e numa entrevista ao DIÁRIO

O actor, encenador e realizador, que se celebrizou como um dos elementos dos influentes humoristas britânicos Monty Python, morreu na terça-feira

O DIÁRIO entrevistou Terry Jones no Café do Teatro. Ver Galeria
O DIÁRIO entrevistou Terry Jones no Café do Teatro.

‘O Sentido da Vida’ e ‘A Vida de Brian’ estão entre os filmes mais conhecidos de Terry Jones, actor, encenador e realizador, que se celebrizou como um dos elementos dos influentes humoristas britânicos Monty Python. Terry Jones morreu na terça-feira, conforme noticiámos esta quarta-feira. Terry Jones sofria de demência desde 2015, uma doença com a qual lidou “de forma extremamente corajosa e sempre com sentido de humor”, refere a família num comunicado citado pela BBC.

Numa altura em que milhões de fãs em todo o Mundo lamentam o desaparecimento de um dos mais influentes escritores de humor de sempre, o DIÁRIO recorda a passagem de Terry Jones pela Madeira, mais precisamente em 2011. O actor esteve cá como convidado especial do Festival Internacional de Cinema de Funchal, um antigo certame dedicado à Sétima Arte, que tinha como director Henrique Teixeira.

Em entrevista ao DIÁRIO, antes de falar para a plateia no Teatro Municipal Baltazar Dias, Terry Jones abriu o livro e falou sem preconceitos sobre a vida e o cinema, como por exemplo, sobre a fita ‘A Vida de Brian’, uma película que lhe trouxe sucesso, mas alguns dissabores: “Não vejo porque deva ser um mau filme para as pessoas religiosas porque não é blasfemo, é herege”. A diferença, disse, está na crítica à Igreja. “Jesus vem e diz as coisas certas e é um grande homem e milhares de anos depois, as pessoas lutam e matam-se porque não conseguem se entender sobre o que ele disse ou representa”. Aproveitou para criticar também o fundamentalismo americano, o recomeço das cruzadas e a indústria de armas que precisa continuamente de conflitos.

As palavras de Terry Jones, em Novembro de 2011, algo proféticas tendo em conta o Mundo em que vivemos em 2020, demonstram perfeitamente o tipo de pessoa que era: um homem à frente do seu tempo.

Sobre a importância dos Monty Python, foi modesto: “Não sinto que tenha influenciado alguém”, disse, recusando o legado a outras gerações.

“Na altura nunca nos pareceu um sucesso. Depois da primeira série [‘Monty Python’s Flying Circus’], a BBC teve dúvidas em continuar com a segunda”, contou. “A BBC sempre odiou. Era conservadora, gostava de entretenimento

leve. Mas não é divertido (risos)!”. Curiosamente, o realizador dizia que não via televisão: “A nossa televisão está na garagem. Eu nunca vi. Vi o Python quando foi para o ar, mas nem os meus documentários eu vejo. Eu não gosto de televisão”.

Recorde a entrevista na íntegra ao DIÁRIO, descarregando o documento em baixo.

De resto, quando o gravador do DIÁRIO desligou, Terry Jones ainda falou sobre muitos outros assuntos, tendo ainda assinado um autógrafo numa caixa especial da série de TV ‘Monty Python’s Flying Circus’ e nos filmes dos Monty Python.

Com uma carreira de 60 anos, Terry Jones co-fundou em 1969 os Monty Python, um dos mais bem-sucedidos colectivos de comédia do Mundo, do qual faziam parte também Eric Idle, Graham Chapman (entretanto falecido), John Cleese, Michael Palin e Terry Gilliam.