Madeira

Cosmos contra asfaltamento da estrada das Ginjas

FOTO Orlando Drumond
FOTO Orlando Drumond

A Cosmos - Associação de Defesa do Ambiente e Qualidade de Vida manifestou hoje o seu “mais veemente repúdio” pela intenção manifestada pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque e pelo presidente da Câmara de São Vicente, em asfaltar a estrada de terra Ginjas/Paul da Serra.

Trata-se, no entender da associação ambientalista, de “uma clara manobra eleitoralista, em que se procura sacrificar novamente o nosso património natural e a nossa floresta Laurissilva em nome de ambições políticas pessoais”, refere a Cosmos em comunicado dirigido à imprensa.

“O dr. Miguel Albuquerque, conhecido nos tempos de autarca, por promover a anarquia urbanística na cidade do Funchal, de ter mutilado completamente o PDM de então, de promover as maiores aberrações urbanísticas da cidade capital, como é o caso do mamarracho do Savoy, entre outros, vem agora lançar mais uma cruzada contra os nossos recursos naturais com o objectivo individualista de satisfazer as suas ambições políticas e alimentar o lóbi do betão e do alcatrão com dinheiro dos contribuintes”, critica a associação.

A Cosmos dá ainda o exemplo do asfaltamento da Estrada do Fanal, que levaram a que, entre outros “inumeráveis impactos negativos”, o Chão do Fanal esteja “cheio de vacas, que estão a pôr em perigo um importante núcleo de tis centenários da nossa floresta Laurissilva”, além de no não terem trazido o desejado desenvolvimento económico à população da Ribeira da Janela.

“Os turistas passam de carro e de autocarro e nem param na freguesia, quando no passado, os caminheiros percorriam essa via de terra batida a pé, e aguardavam nos estabelecimentos de restauração da Ribeira da Janela pelos autocarros ou pelas carrinhas, consumindo na espera, bebidas e géneros alimentícios que fomentavam o pequeno comércio local”, sustenta a Cosmos.

“O Governo Regional pretende repetir o mesmo erro nas serras de S. Vicente, transformando um paradisíaco local, num local motorizado, cheio de ruídos de carrinhas e outros veículos de transporte, impermeabilizando o solo, promovendo a pressão humana sobre a floresta Laurissilva, e roubando o silêncio e a fruição da bela paisagem aos verdadeiros amantes da natureza”, alertam os ambientalistas.