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UE ainda não chegou a consenso sobre candidato ao FMI

FOTO EPA
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Os governos da União Europeia, que esperavam encontrar até ao fim de julho um candidato de consenso à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda não chegaram a acordo sobre um nome, indicou hoje o Ministério das Finanças francês.

“Nesta altura, embora alguns candidatos obtenham mais apoio do que outros, ainda não há consenso em torno de um nome”, afirmou o ministério, citado pela AFP.

Estão na corrida cinco candidatos: o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, a sua homóloga espanhola, Nadia Calvino, o holandês Jeroen Dijsselbloem, o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, e a búlgara Kristalina Georgieva, atual ‘número dois’ do Banco Mundial.

Há duas semanas, durante uma reunião dos ministros das Finanças do G7 em Chantilly, a norte de Paris, o ministro francês, Bruno Le Maire, foi incumbido pelos seus colegas europeus de coordenar as conversações para designar um candidato europeu à sucessão de Christine Lagarde, tendo sido apontado um prazo até ao final de Julho.

“O ministro continuou a falar com todos os seus homólogos nos últimos dias” em particular com Olaf Scholz, o ministro das Finanças alemão, segundo o ministério francês.

Para encontrar uma solução, Le Maire “organiza hoje uma teleconferência com os seus homólogos europeus”, precisou.

“Vai informá-los dos resultados das consultas que fez. O objectivo é chegar a acordo quanto a este processo para que haja consenso sobre um candidato europeu único”, acrescentou.

Segundo fontes da AFP, o actual impasse deve-se a clivagens entre países do Norte e do Sul, com os primeiros a defenderem Rehn e Dijsselbloem, associados pelos países do Sul à austeridade.

Com esta oposição, a candidatura de Georgieva “é a que recolhe de momento mais apoio”, apesar de a actual directora-executiva do Banco Mundial estar quase com 66 anos, ultrapassando o limite de idade fixado pelo FMI, de acordo com a AFP.

Caso não haja consenso, os governos europeus podem ser chamados a votar para designar o seu candidato. “É uma das opções que será discutida na teleconferência”, indicou fonte próxima do dossiê, também citada pela AFP.

Lagarde, a primeira mulher a liderar o FMI, deixa o cargo para substituir Mario Draghi como presidente do Banco Central Europeu (BCE).