Madeira

Há 74 anos entre o fim da Grande Guerra na Europa e a continuação no Extremo Oriente

Notícias da Madeira intercaladas com o rescaldo do fim da Alemanha Nazi

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Ainda com a guerra na ordem do dia, mas já bem longe e opondo sobretudo os Estados Unidos, Reino Unido e China ao Império do Japão na zona do Pacífico, e ainda antes da largada das bombas atómicas norte-americanas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, na Madeira a 5 de Junho de 1945 já se noticiavam umas espécies de rescaldos do conflito que durou quase seis anos, mas também dava-se conta dos avanços no conflito no Extremo Oriente, lá bem longe.

Sobre a continuação da guerra, os títulos mostravam claramente um avanço dos norte-americanos: “Um novo desembarque americano” (liderado pelo histórico general Mac Arthur, que viria a aceitar a rendição nipónica três meses depois, a 2 de Setembro de 1945); “Dois ataques em 24 horas” (notícia de que os americanos já bombardeavam por ar ilhas japonesas); “A Batalha de Okinawa” (a última grande batalha da II Guerra Mundial e considera até a maior batalha marítimo-terrestre-aérea da história, causando cerca de 241 mil mortos, 149 mil dos quais civis) ; e ainda “Balões estratosféricos” (noticia a dar conta de que os japoneses planeavam atacar cidades norte-americanas em retaliação através de balões guiados por pilotos suicidas, os então famosos ‘Kamikaze’).

Já no que toca ao rescaldo da guerra fratricida na Europa, o título de cabeçalho do DIÁRIO desse dia era “Depois da Vitória”, resumido em quatro curtas notícias, como era mais frequente na altura: “Ocorrência sangrenta” (em Damasco, Síria, a população entrou num posto militar francês no centro da capital e matou três soldados); “Declarações de De Gaulle” (sobre a cooperação anglo-francesa no Levante, extensa região que conflui a Síria, Jordânia, Israel, Palestina, Líbano, Chipre, Turquia, Iraque, Arábia Saudita e Egipto, que recentemente voltou a ser falada mundialmente pelo surgimento do grupo extremista ISIS, que se denominava ‘Estado Islâmico do Iraque e do Levante’); “Crise Política na Itália”; e, também, a “Reunião de altos comandos Aliados” (para discutir a repartição das zonas de ocupação da Alemanha, um dos pontos-chave e primórdios do que viria a ser a Guerra Fria entre o Bloco Ocidental, liderados pelos EUA, e o Bloco Leste, sob influência da então União Soviética).

Mas muitas outras notícias cabiam nessas páginas de há 74 anos, como se pode ver na imagem, nomeadamente em letras garrafais a da mensagem de paz no mundo do papa Pio XII (o último sumo pontífice nascido na cidade de Roma como Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli a 2 de Março de 1876, eleito para o cargo no dia em que fez 63 anos até à sua morte em 9 de Outubro de 1958, curiosamente também tinha sido o primeiro papa romano desde 1724).